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Pesquisadores da UERJ criam aplicativo para gestão e comércio de água de reúso na região metropolitana

Fonte

UERJ | Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Data

terça-feira, 27 fevereiro 2024 18:30

Como promover a reutilização da água e evitar o desperdício dos valiosos recursos hídricos? Movida por esse complexo desafio, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desenvolveu o aplicativo Reusa, que promete facilitar a conexão entre produtores e consumidores de uma fonte alternativa ainda pouco conhecida pelo público em geral. A água de reúso não potável, proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) doméstico ou industrial, pode ser empregada na limpeza de ruas, irrigação, geração de energia, combate a incêndios, entre outras finalidades. A ferramenta tecnológica, concebida por pesquisadores do Departamento de Engenharia Sanitária e Meio Ambiente da Faculdade de Engenharia da UERJ, está em fase de testes.

A ideia surgiu a partir do projeto “Regen: águas regeneradas para reúso na região metropolitana do Rio de Janeiro como alternativa de abastecimento em caso de escassez e crise hídrica”. O estudo, iniciado em 2019, contou com o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Inovação tecnológica

Contribuindo para a geração de novos negócios, a ferramenta funcionará como um marketplace e permitirá o controle em tempo real das demandas e estoques das ETEs. Por meio de um sistema de georreferenciamento, os clientes poderão saber qual concessionária consegue atender às suas necessidades em relação ao tipo de água de reúso, preço, localização e quantidade disponível.

Segundo o professor Dr. Marcelo Obraczka, coordenador do projeto, a nova tecnologia é uma proposta inovadora na gestão de recursos hídricos no Brasil. “Ela reduzirá substancialmente os custos operacionais de indústrias e de outros grandes consumidores com o uso mais racional do sistema de água potável, sendo também uma alternativa de aumento de receita na cadeia de produção de água”, afirmou.

A carência de uma cultura de reaproveitamento, assim como a escassez do registro de dados históricos são algumas das dificuldades enfrentadas pelo grupo responsável pelo Reusa. Entre os próximos passos, está o de identificar a melhor forma de transporte das águas. “Para maiores vazões, a viabilidade do reúso está vinculada ao emprego de adutoras, ou seja, um sistema encanado que conduz as águas tratadas das ETEs aos reservatórios de distribuição”, explicou o professor Marcelo Obraczka.

No Brasil, esse tipo de estrutura ainda é pontual, sendo usual o transporte por caminhões pipa. “Em países que já têm o sistema de reúso mais desenvolvido, a água reutilizada é distribuída pelas tubulações da rede de abastecimento pública convencional”, complementou.

O aplicativo também teve como referência a dissertação de mestrado de André Alcântara de Faria, defendida na Faculdade de Engenharia da UERJ em 2020, que gerou um mapeamento da oferta e da demanda existente, identificando sobretudo as indústrias aptas a receber o produto. Esse levantamento de informações foi essencial para sua construção. “O app é uma ferramenta estratégica que potencializa a utilização da água de reúso, especialmente nos momentos de escassez, que têm sido recorrentes em nossa região, devido à poluição dos mananciais de captação na bacia do Rio Guandu”, apontou André Faria.

No Brasil, há uma grande oferta de água com características favoráveis para serem reutilizadas. Segundo dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entre 2013 e 2019 foram criadas 900 novas ETEs no país. Contudo, boa parte dos efluentes tratados retorna aos rios, acarretando o uso desnecessário de água potável em diversas situações evitáveis.

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Diretoria de Comunicação da UERJ.

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