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Pesquisadores brasileiros lançam documentário sobre módulo ‘Criosfera 1’, instalado no centro da Antártica

Fonte

MCTI | Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Data

sexta-feira, 24 março 2023 18:20

Pesquisadores brasileiros publicaram no último dia 23 de março o documentário sobre o módulo Criosfera 1, instalado na coordenada 84°S, 79,5°W, no deserto polar Antártico, a 1.280 metros acima do nível do mar, entre o Polo Sul geográfico e as Montanhas Ellsworth. A divulgação do audiovisual coincide com a celebração do Dia Mundial da Meteorologia. O Criosfera 1 é cadastrado na Organização Meteorológica Mundial sob o código WMO 89079 e há dez anos fornece em tempo real dados sobre temperatura, pressão atmosférica, umidade relativa, radiação solar e velocidade do vento.

O documentário com duração de 40 minutos valoriza a perspectiva de técnicos e engenheiros e relembra a construção do módulo e os avanços científicos proporcionados a partir da estação. De acordo com o texto de divulgação, foram seis meses de trabalho técnico-científico para transformar um ‘box vermelho’ em um laboratório totalmente autônomo. Os 40 minutos do audiovisual contemplam depoimentos do Dr. Marcelo Sampaio e Heber Passos, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Franco Nadal Villela, pesquisador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Dr. Heitor Evangelista, pesquisador e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O professor Heitor Evangelista, que também é o coordenador científico do módulo Criosfera 1, afirmou que a instalação do laboratório automatizado trouxe um ‘enorme aprendizado’ ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar), que até 2012 se concentrava em operar na borda do continente antártico, onde está localizada a Estação Antártica Comandante Ferraz e onde ancoram os navios polares. “Dentro da Antártica é outra climatologia, outro desafio. Nesses dez anos, conseguimos manter um laboratório operacional enviando os dados remotos e em tempo real, e que estão disponíveis para toda a comunidade científica internacional”, explicou o pesquisador.

A localização do Criosfera 1 é relevante para captar dados que auxiliam na compreensão de questões envolvendo a elevação do nível dos oceanos e da perda de massa de gelo da Antártica, entre outros. Outro aspecto destacado pelos pesquisadores, especialmente em relação à ciência climática, é a operação ininterrupta fornecendo dados há uma década. “Agora, com dez anos, é que começamos a olhar o fruto desse trabalho. Quando se fala em ciência climática precisa de tempo para ter base estatística”, afirmou o professor Heitor Evangelista.

No ano passado, por exemplo, o Criosfera 1 detectou uma onda de calor histórica, e em poucos dias a temperatura subiu 26oC.

Na semana passada, pesquisadores brasileiros publicaram artigo na revista científica Nature Communications Earth and Environment sobre os efeitos da destruição do ozônio estratosférico, que aumentou a radiação ultravioleta na superfície do manto de gelo, na biota polar, utilizando dados fornecidos pelo Criosfera 1. Na operação antártica de número 41, que se encerrou  no início deste ano, o módulo recebeu novos sensores para monitorar a recuperação da camada de ozônio.

As informações providas pelo Criosfera 1 também têm apoiado o debate em torno de questões atuais na comunidade científica internacional, como a possível influência de ‘rios voadores’, que transportam calor e umidade, no derretimento do setor oeste antártico.

Os ‘rios voadores’, que saem da Amazônia em direção ao Atlântico, podem ser o principal agente responsável pelo derretimento da Antártica. “São novos fenômenos que só podem ser descobertos estando lá. A Antártica é um continente em mudança. Nossos dados têm papel fundamental”, concluiu o Dr. Heitor Evangelista.

Acesse o documentário sobre o módulo Criosfera 1.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: MCTI.

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