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Pesquisa reporta diferentes técnicas para medir a concentração de ozônio gasoso
Muito se discute, entre cientistas, formas de determinar a concentração de ozônio no ar. Durante a pandemia de COVID-19, o assunto foi bastante discutido pois surgiram inúmeras propostas usando o ozônio para desinfecção de ambientes, pessoas e, até mesmo, em métodos de tratamento (esse último não reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina). Por isso, identificar os índices deste poluente na atmosfera se tornaram ainda mais necessários.
Segundo artigo publicado na revista científica Trends in Analytical Chemistry com participação da Dra. Erika Pereira Felix, professora do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) do Campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o ozônio troposférico vem aumentando em todo o mundo, principalmente devido às altas emissões antrópicas de NOx e COVs. A determinação do índice de gás ozônio ainda é um desafio para a química analítica moderna, devido à sua ampla faixa de concentração (entre ppb e ppm), flutuações de curto prazo e alta reatividade, juntamente com a dificuldade em preparar soluções padrão confiáveis. O estudo contou com a colaboração de Mariana Dias, aluna do PPGQ/UTFPR, e de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp): Dr. João Flávio da Silveira Petruci, Diandra Nunes Barreto e Dr. Arnaldo Cardoso.
Jakub Kriz via Unsplash
A professora Erika explicou que, como o ozônio é um gás de alta reatividade, não pode ser coletado e guardado. Para que seja possível sua análise via reações químicas, é necessário usar um composto para reagir previamente com o ozônio de forma quantitativa, e então, o produto formado na reação deve ser passível de determinação por alguma técnica analítica.
A pesquisadora afirmou que foi possível perceber que amostradores passivos têm sido desenvolvidos e aplicados em diversos locais. “Nesse caso, é feita a coleta e depois a análise em laboratório”, explicou a Dra. Erika Felix.
Apesar desses amostradores não demandarem energia elétrica, uma vez que a coleta é baseada na difusão do gás; em geral, faz-se necessário o tratamento das amostras antes das análises. “Para quantificação, são usadas técnicas analíticas apropriadas, como fluorescência, voltametria, espectrofotometria e, mais recentemente, análise por imagens digitais. Porém, com esse levantamento, foi perceptível que a tendência está no desenvolvimento de sensores usando materiais que sofrem alguma mudança físico-química quando em contato com o ozônio. A vantagem é que esses sensores possibilitam medidas no local e com resposta rápida, o que permite verificar as flutuações, em curtos intervalos de tempo, nas concentrações de ozônio”, explicou a pesquisadora.
Agora, a professora Erika Felix está dando continuidade aos trabalhos através da orientação de uma aluna de mestrado, que utiliza amostradores passivos e filtros impregnados para coleta e determinação de ozônio via imagens digitais, através um smartphone na aquisição dos dados. Além disso, em parceria com a Dra. Paula Cristina Rodrigues, também professora do PPGQ/UTFPR, está sendo desenvolvido um sensor para medidas de ozônio em tempo real. “No momento, estamos gerando os padrões gasosos de ozônio e realizando os testes para a caracterização do material usado no sensor”, completou a professora Erika Felix.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Fonte: UTFPR. Imagem: Jakub Kriz via Unsplash.
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