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Pesquisa da UFAL monitora branqueamento dos corais na costa alagoana
Mais do que conferir beleza e uma paisagem única para os oceanos, os recifes de corais são imprescindíveis para o equilíbrio marinho. Entre tantas funções, esses seres vivos servem de viveiros para o nascimento e crescimento de outras espécies. Preservá-los é garantir a sobrevivência de muitos outros animais.
“Se a gente pensar num prédio, os corais são como se fossem os tijolos dos prédios, as vigas. Eles representam a estrutura física desses recifes e servem de abrigo para outras espécies de peixes, de moluscos. Polvos, lagostas e outros organismos vivem nesses recifes. Então, se os corais morrem, compromete-se a saúde do recife e toda uma cadeia será afetada, inclusive, o turismo e a pesca. Afinal, todo mundo quer ver um coral saudável e colorido e não pálido”, explicou o Dr. Ricardo de Miranda, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que vem liderando uma pesquisa, junto ao professor Dr. Robson dos Santos, que monitora o branqueamento de corais no litoral alagoano.
Conhecida pela resiliência, a existência dos corais vem sendo ameaçada por conta do aquecimento global. De acordo com o professor Ricardo de Miranda, o aumento da temperatura da água do mar têm causado o branqueamento das espécies. “Esse é um fenômeno de estresse dos corais que expulsam algumas algas que vivem nos tecidos deles que, normalmente, ajudam a adquirir os nutrientes através da fotossíntese. Quando a água esquenta, essas algas, essas microalgas, começam a produzir uma substância tóxica e os corais acabam as expulsando de seus tecidos e é quando adquirem a coloração esbranquiçada”, explicou. E alerta: “O branqueamento dos corais é um dos principais fatores responsáveis pela mortalidade de corais e declínio dos recifes em todo mundo e vem causando aumento da morte de corais dos recifes alagoanos, especialmente nos últimos três anos”.
O pesquisador esclareceu que o fenômeno é reversível, mas, para que isso ocorra, é preciso que a temperatura da água do mar se restabeleça ao que ele chama de ‘níveis de regularidade’. Ocorre que esse restabelecimento não vem ocorrendo como antes e segue uma tendência global. “Os recifes brasileiros são conhecidos por serem resistentes, ou seja, se eles branqueiam, conseguem retornar à saúde adquirindo as microalgas, mas isso vem mudando, especialmente, nos últimos anos na costa de Alagoas”, disse o pesquisador.
“Os corais vêm morrendo porque esses picos de temperatura, essas ondas de calor têm ficado cada vez mais frequentes e intensas. Os intervalos entre as ondas de calor têm sido menores e as médias das temperaturas estão cada vez maiores. Então, com isso, os corais brasileiros, especialmente, os corais de Alagoas, vêm morrendo a taxas maiores do que eram registradas para os últimos 30 anos”, disse o Dr. Ricardo de Miranda.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Alagoas.
Fonte: Thâmara Gonzaga, UFAL.
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