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Pesquisa da Epagri avalia emissão de gases do efeito estufa em sistemas agropecuários do Planalto Norte de SC

A emissão de gases do efeito estufa (GEE) é uma das responsáveis pelo aquecimento global. A agropecuária responde por cerca de 12% das emissões destes gases no mundo. Estima-se que no Brasil aproximadamente 28,5% do total de emissões sejam oriundos da agropecuária, especialmente de metano que, juntamente com gás carbônico e óxido nitroso, são os principais causadores do efeito estufa.

Preocupada com isso, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) está desenvolvendo um projeto para avaliar a emissão e o sequestro de carbono nos sistemas de produção animal à base de pastagens perenes existentes no Planalto Norte de Santa Catarina.

“A intenção final é contribuir para a geração de estratégias de manejo para a pecuária à base de pasto, que levem à mitigação das emissões e se possível até mesmo a um balanço neutro de carbono, associando a imagem da pecuária catarinense a um ambiente de produtividade, qualidade e sustentabilidade”, explicou a Dra. Ana Lúcia Hanisch, pesquisadora da Estação Experimental da Epagri em Canoinhas e líder do projeto.

O projeto teve início em outubro de 2022 e segue até julho de 2025. Ao final deste período, serão gerados indicadores de mitigação de GEE via sequestro de carbono em dois sistemas integrados de produção agropecuária (SIPAs): caívas melhoradas e sistema silvipastoril com eucalipto.

Sistemas Integrados

“SIPAs são sistemas produtivos que, em diferentes momentos, integram mais de uma atividade agrícola ou pecuária na mesma área”, explicou Ana Lúcia. Os SIPAs caracterizam, por exemplo, o uso da mesma área para cultivo de soja no verão e cultivo de aveia para pastejo de gado no inverno e também podem utilizar duas ou mais atividades produtivas ao mesmo tempo, como cultivo de soja nas entrelinhas de um plantio de eucalipto.

Entre os SIPAs, estão os sistemas silvipastoris (SSP) que envolvem, simultaneamente, um componente arbóreo e um componente animal alimentado com pastagens. Entre os diferentes SSP, existem as caívas em Santa Catarina e em parte do Centro-Sul do Paraná. São sistemas onde coexistem, na mesma área e ao mesmo tempo, árvores nativas, como pinheiro, erva-mate, canelas ou imbuias, e gado bovino, que usa a área para pastejo da grama nativa que nasce embaixo das árvores. “O que a Epagri fez nos últimos 15 anos foi melhorar a pastagem nativa que existia nas caívas. Utilizando pastagens melhoradas, como missioneira-gigante, tifton, hemarthria, tem sido possível colocar mais gado na mesma área, otimizando esse SSP”, relatou a pesquisadora.

Sistemas como as caívas melhoradas podem ser muito importantes na mitigação de GEE e no sequestro de carbono, porque, além da pastagem, que tem grande potencial de sequestro, é possível contar com o carbono sequestrado no crescimento das árvores. Por isso, em uma das frentes da pesquisa, a Epagri vai avaliar a biomassa aérea em caíva melhorada com missioneira-gigante, usando imagens geradas via sensor Light Detection and Ranging (LiDAR) acoplado a um drone que foi adquirido com verba do CNPq e Epagri. “Um equipamento com sistema LiDAR utiliza pulsos laser, que são emitidos e recebidos, podendo gerar uma nuvem de pontos tridimensional dos objetos-alvo”, descreveu a Dra. Cristina Pandolfo, pesquisadora da Epagri/Ciram e responsável por esta meta do projeto.

As primeiras coletas de imagens com o sensor LiDAR foram realizadas em novembro. As imagens provenientes do campo serão sistematizadas e processadas com a finalidade da obtenção de dados para quantificação da biomassa das árvores das áreas do experimento.

Acesse a notícia completa na página da Epagri.

Fonte: Gisele Dias, Epagri.

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