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Os efeitos da alteração dos ambientes na saúde humana é tema de evento
Os últimos dados divulgados pela NASA e pela NOOA mostram que as temperaturas do planeta foram, em 2018, as quartas mais altas desde que há registos, confirmando assim uma inequívoca tendência de aquecimento global que vem se acentuando nos últimos 22 anos. Este aquecimento, que é muito provavelmente de natureza antropogênica, tem, por sua vez, efeitos múltiplos (ondas de calor, diminuição das calotes polares, ocorrência de eventos naturais extremos, perda de biodiversidade, diminuição das reservas de água potável, etc.), tanto em extensão quanto em duração, sobre os diversos ecossistemas do planeta, alguns deles absolutamente imprevisíveis não apenas no que diz respeito aos danos, mas sobretudo à sua reversibilidade ou mitigação.
Ao longo das recentes décadas, tem-se privilegiado quer o estudo científico quer a validação social e política das principais causas (nomeadamente, a queima de combustíveis fósseis, a desflorestação, a pecuária intensiva, etc.) que estão na base das alterações climáticas, as quais, consequentemente, provocam um aquecimento global do planeta por via da acumulação de gases com efeito de estufa.
Esta conferência, organizada pelo Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, pretende debruçar-se sobre o modo como estas alterações afetam ou podem vir a afetar os diferentes ambientes – tanto o clima como os ambientes ecológicos terrestres e aquáticos, tantos os ambientes sociais, virtuais e digitais como também os ambientes extracelulares ou a epigenética – que envolvem e, ao mesmo tempo, determinam a saúde das pessoas. Explorar multidisciplinarmente estes efeitos implica, naturalmente, imergir numa rede de fenômenos de grande intensidade e complexidade, sendo esse um exercício necessário para que se possa compreender mais e melhor os efeitos que a alteração dos ambientes pode ter sobre a saúde das pessoas. Somente desse modo se conseguirá informar e empoderar os diferentes atores sociais – profissionais de saúde, sistemas de saúde, políticos, legisladores, decisores, comunicadores, educadores, influenciadores, enfim, cidadãos -, capacitando-os assim para desenvolverem uma cultura de prevenção e de resiliência mais efetiva.
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