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Os benefícios do oceano estão cada vez mais enfraquecidos pelas ações humanas, revela estudo da ONU
Uma maior compreensão do oceano é essencial se o mundo quiser se recuperar melhor da pandemia por COVID-19 e alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, no último dia 21 de abril, durante o lançamento da Segunda Avaliação do Oceano Mundial (WOA II, na sigla em inglês).
O documento alerta que muitos benefícios que o oceano fornece estão cada vez mais enfraquecidos pelas ações humanas, disse o chefe da ONU, descrevendo as descobertas como alarmantes. O estudo é fruto do trabalho de centenas de cientistas do mundo todo e segue um relatório inicial publicado em 2015.
“Pressões por muitas ações humanas continuam a degradar o oceano e a destruir habitats naturais – como manguezais e recifes de corais – prejudicando a sua capacidade de ajudar a lidar com os impactos das mudanças climáticas”, disse Guterres em vídeo.
“Estas pressões também vêm de ações humanas na terra e em áreas costeiras, as quais trazem poluentes perigosos ao oceano, incluindo lixo plástico. Além isso, a pesca excessiva estima ter tido uma perda anual de 88 bilhões de dólares em benefícios líquidos”.
O secretário-geral acrescentou que o carbono lançado na atmosfera está causando o aquecimento e acidificação do oceano, que tem destruído a biodiversidade. Ao mesmo tempo, o aumento do nível do mar está ameaçando os litorais do mundo.
Aumento nas ‘zonas mortas’
Guterres relatou que o número de ‘zonas mortas’ no oceano quase dobrou, aumentando de mais de 400 globalmente em 2008 para 700 em 2019. Cerca de 90% dos manguezais, algas-marinhas e espécies de plantas de pântanos, bem como mais de 30% de espécies de aves marinhas também enfrentam a ameaça de extinção.
“Os especialistas atribuem isso à nossa falha geral para alcançar a gestão integrada sustentável das costas e oceanos”, afirmou. “Eu apelo a todas as partes envolvidas para que prestem atenção a este e outros sinais. Uma melhor compreensão do oceano é essencial”.
Com a pandemia mostrando como a saúde humana e a saúde do planeta são conectadas, Guterres convoca todos para a transformação do relacionamento com a natureza em esforços a fim de se recuperar melhor, alcançar o desenvolvimento sustentável e manter a temperatura global perto dos 1,5 grau Celsius como determinado no Acordo de Paris.
Recuperação ‘verde’ e ‘azul’
“Como o estudo deixa claro, a sustentabilidade do oceano depende de todos nós trabalhando juntos – incluindo a realização de pesquisa conjunta, desenvolvimento de capacidade e compartilhamento de dados, informação e tecnologia. Também precisamos integrar melhor conhecimento científico e elaboração de políticas”, afirmou.
Segundo o secretário-geral da ONU, a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, iniciada este ano, oferece uma estrutura de ações coletivas para atingir esta meta. “As descobertas deste estudo ressaltam a urgência de resultados ambiciosos neste ano da biodiversidade, clima e outros e outras cúpulas e eventos de alto nível da ONU”, acrescentou.
“Juntos, nós podemos promover não apenas uma recuperação verde – mas também azul – da pandemia por COVID-19, e também ajudar a garantir uma relação resiliente e sustentável de longo prazo com o oceano”, concluiu o Dr. António Guterres.
Acesse a notícia completa na página das Nações Unidas Brasil.
Fonte: Nações Unidas Brasil.
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