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Novo método simples para levantamento de anfíbios: uma contribuição vital para os esforços de conservação
A biodiversidade de anfíbios continua diminuindo em todo o mundo e coletar informações básicas sobre seus habitats e outros aspectos por meio do monitoramento é vital para os esforços de conservação. Os métodos tradicionais de monitoramento de anfíbios incluem observações visuais e auditivas e levantamentos de captura. No entanto, os anfíbios tendem a ser pequenos e muitos são noturnos. O sucesso dos levantamentos varia muito dependendo do clima e da estação, sendo necessário conhecimento especializado para identificar as espécies. Consequentemente, é difícil monitorar uma área ampla e avaliar os habitats.
Na última década, ocorreu um o desenvolvimento significativo de técnicas de análise de DNA ambiental, que podem ser usadas para investigar a distribuição de uma espécie analisando DNA externo (DNA ambiental) que é liberado no meio ambiente junto com excrementos, muco e outros fluidos corporais de um organismo.
Os fundamentos desta técnica envolvem a coleta de água do local de pesquisa e a análise do eDNA contido nele para descobrir quais espécies habitam a área. Nos últimos anos, a técnica ganhou atenção como um complemento aos métodos convencionais de monitoramento. Métodos padronizados de análise já foram estabelecidos para outras espécies, especialmente peixes, e o monitoramento da diversidade usando eDNA está se tornando comum.
No entanto, o monitoramento de eDNA de anfíbios ainda está em fase de desenvolvimento. Uma razão para isso é que o método de análise de eDNA proposto deve ser adequado para a espécie alvo ou grupo taxonômico, e ainda há problemas com o desenvolvimento e implementação de um método abrangente para a detecção de anfíbios. Se tal método pudesse ser desenvolvido, isso possibilitaria que o monitoramento fosse realizado mesmo por pessoas que não possuem conhecimento especializado para identificar espécies nem experiência em levantamento. Esperançosamente, isso seria estabelecido como um padrão unificado para pesquisas de monitoramento em grande escala, como aquelas em escala nacional.
Recentemente, um grupo de pesquisa colaborativa internacional composto por membros de sete instituições desenvolveu um método para determinar quais espécies de anfíbios (tipos de sapo, tritão e salamandra) habitam uma área. Eles conseguiram isso amplificando o DNA ambiental encontrado na água para que pudesse ser analisado. O grupo de pesquisa incluiu o pesquisador de pós-doutorado Dr. Masayuki Sakata e o professor Dr. Toshifumi Minamoto, da Universidade de Kobe, o professor Dr. Atsushi Kurabayashi, do Instituto de Biociência e Tecnologia de Nagahama, o Dr. Masatoshi Nakamura, da empresa IDEA Consultants e o professor Dr. Kanto Nishikawa, da Universidade de Quioto, no Japão.
A técnica desenvolvida resolverá alguns dos problemas com métodos convencionais, como captura e levantamentos observacionais, que exigem um agrimensor especialista que possa identificar visualmente as espécies. As pesquisas convencionais também são propensas a discrepâncias nos resultados causadas por fatores ambientais, como clima e estação do ano. Espera-se que o novo método revolucione o monitoramento de espécies, pois permitirá que qualquer pessoa monitore facilmente os anfíbios que habitam uma área coletando amostras de água.
Esses resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Metabarcoding and Metagenomics.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Kobe (em inglês).
Fonte: Universidade de Kobe. Imagem: Pixabay.
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