Destaque

Metodologia mostra probabilidade de regiões serem desmatadas na Amazônia e na Mata Atlântica

Fonte

Embrapa

Data

segunda-feira, 23 setembro 2019 10:30

Pela primeira vez, pesquisadores utilizaram na Amazônia e na Mata Atlântica uma metodologia de monitoramento de desmatamento baseada em risco. O estudo, desenvolvido pela Embrapa no âmbito do projeto Rural Sustentável, avaliou 20 municípios na região amazônica – dez em Mato Grosso e dez no Pará – e 39 municípios na Mata Atlântica, na Bahia, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O ano de referência para o aferimento da ferramenta foi o de 2016.

A metodologia, chamada de Indicador de Hectares Baseado em Risco, foi desenvolvida por pesquisadores britânicos e leva em consideração aspectos quantitativos e qualitativos. Utiliza indicadores como a proximidade de estradas, a predisposição da área para uso agropecuário, a cobertura vegetal e as riquezas minerais para calcular o risco que determinada região tem de ser desmatada.

Método identifica áreas com maior risco de desmatamento

As informações geradas ajudam a identificar áreas com maior risco de desmatamento, caso nenhuma intervenção humana seja realizada, possibilitando que ações de controle, preservação e fiscalização possam ser feitas. Além disso, com essa metodologia é possível fazer uma predição da área que será desmatada, bem como monitorar o desmatamento evitado.

“Mais do que mostrar números, essa metodologia prioriza áreas onde políticas públicas podem ser melhor direcionadas em relação a outras. Os governos estaduais e até federal, que têm recursos limitados, podem direcionar programas contra o desmatamento, ações de reflorestamento, de estímulo às florestas plantadas, ou mesmo de agricultura de baixo carbono a áreas específicas identificadas nos relatórios”, analisa a pesquisadora da Embrapa Informática Agropecuária (SP) Laurimar Vendrusculo.

Atuando na Embrapa Agrossilvipastoril (MT), a pesquisadora foi uma das coordenadoras da frente responsável pelo levantamento referente à Amazônia. O trabalho foi desenvolvido pela equipe do Laboratório de Geotecnologia Agroambiental (Sigeo). A avaliação das áreas da Mata Atlântica foi coordenada pela pesquisadora Dra. Margareth Simões e sua equipe no Laboratório de Geoinformação da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro (RJ).

Fatores de risco

O grande diferencial do Indicador de Hectares Baseado em Risco é que ele leva em conta os principais fatores que afetam o desmatamento. Para cada área são atribuídos níveis diferentes de risco baseados em cada um desses fatores.

“Uma área com relevo e solo propícios para a agricultura e pecuária, localizada perto de uma rodovia e com potencial de exploração mineral, terá um risco muito maior de ser desmatada que uma próxima a uma área de preservação, com difícil acesso e com relevo acidentado, por exemplo” explica Margareth.

Dessa forma, é feita uma estimativa da perda florestal esperada de cada local por meio do método ACEU (acessível, cultivável, extraível, desprotegido, na sigla em inglês). Para cada um desses critérios é atribuído um valor, que ao fim gera uma escala distribuída em cinco classes de risco de desmatamento: muito alto, alto, médio, baixo e muito baixo.

A metodologia do Indicador de Hectares Baseado em Risco considera que as áreas de risco muito baixo têm uma perda florestal esperada de 10% de sua área total em 20 anos. O valor sobe para 30% para as áreas de baixo risco, 50% para áreas de risco médio, 70% para áreas de alto risco e 90% para as áreas de risco muito alto.

Com base nessas informações, de acordo com a pesquisadora da Embrapa Solos, é calculada a expectativa de desmatamento para determinada região em 20 anos. Comparando-se esses números com o desmatamento real, observado a partir de imagens de satélite da ferramenta Forest Loss da base Global Forest Change, chega-se ao desmatamento evitado.

De acordo com os pesquisadores, o modelo pode ser aplicado em todo o País, porém, mais relevante do que analisar dados globais, é observar os recortes regionais. “O mais importante é entender a dinâmica municipal. Por que as regiões se comportam econômica, socialmente e culturalmente de forma não similar? Cada uma tem uma história, uma tendência, uma vocação”, explica Laurimar.

Acesse a notícia completa na página da Embrapa.

Fonte: Gabriel Faria, Embrapa Agrossilvipastoril. Imagem: divulgação.

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