Destaque

Método com coparticipação de moradores é eficaz em políticas de combate a riscos de desastres ambientais

Fonte

Agência FAPESP

Data

quinta-feira, 12 outubro 2023 17:00

Um mapa digital de áreas vulneráveis a inundações nas cidades de São Paulo e Rio Branco (AC) montado por alunos de escolas públicas; um histórico de enchentes registradas em um bairro pobre da capital paulista criado com base em relato dos próprios moradores; novos canais de comunicação implantados com a Defesa Civil para melhorar o sistema de alertas para a comunidade. Esses são alguns dos instrumentos de participação e mobilização de cidadãos que se mostraram eficazes em iniciativas para aumentar a resiliência a riscos de catástrofes urbanas.

Estes instrumentos compõem agora uma metodologia publicada em artigo na revista científica Global Environmental Change. Resultado de pesquisa desenvolvida por mais de três anos, envolvendo 17 cientistas brasileiros e de outros países, o trabalho concluiu que as soluções transformadoras de dados urbanos devem abranger não só o desenvolvimento e a implantação de novas tecnologias digitais, mas também a coprodução de entendimentos, perspectivas, práticas sociais e arranjos de governança. Isso inclui uma combinação de ferramentas de análise de dados com uma ampla gama de métodos participativos, possibilitando transformações justas e sustentáveis.

As mudanças climáticas associadas ao crescimento de populações vulneráveis em todo o mundo elevaram os impactos socioeconômicos e ambientais relacionados a catástrofes. Estima-se que 1,81 bilhão de pessoas (23% da população global) estejam diretamente expostas a riscos significativos de inundações, das quais 89% moram em países de baixa e média renda.

No Brasil, quatro em cada dez municípios são considerados vulneráveis a desastres relacionados a inundações ou deslizamentos, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que monitora atualmente 1.038 municípios com acompanhamento diário e emissão de alertas quando há risco de chuva fora dos níveis médios, considerados ‘normais’.

“Esse artigo sintetiza a trajetória de um projeto, sua conclusão e, em especial, sua continuidade como política pública de educação ambiental em redução de riscos de desastres com o Programa Cemaden Educação. A principal contribuição científica é a metodologia construída, com um novo jeito de produzir os dados, incorporando tecnologias de informação e um processo de coprodução com as comunidades e moradores. Também buscamos um olhar multidisciplinar, com um grupo envolvendo profissionais ligados a administração pública, estudos urbanos, geografia, ciência da computação e educação ambiental, além de humanidades e desenvolvedores de software”, sintetizou o Dr. João Porto de Albuquerque, pesquisador da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, e autor correspondente do artigo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Luciana Constantino, Agência FAPESP.

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