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Medidas de isolamento social diminuem concentração de poluentes atmosféricos em São Paulo, conclui estudo da Unifesp
As medidas de isolamento social adotadas para a contenção da disseminação do novo coronavírus tiveram impacto significativo na redução de poluentes atmosféricos na cidade de São Paulo, segundo estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicado na revista científica Sustainability. Durante o período de 90 dias analisado em 2020, em comparação com o mesmo intervalo de tempo em 2019, houve uma queda na poluição do ar de 58% de dióxido de nitrogênio (NO₂); de 46% de material particulado com até 2,5 micrômetros de diâmetro (MP2,5); e de 45% de material particulado com até 10 micrômetros de diâmetro (MP10).
A pesquisadora Dra. Simone Miraglia, docente do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF/Unifesp) – Campus Diadema, exemplifica o tamanho da partícula desses poluentes atmosféricos. “O MP2,5 é mais fino que a espessura de um fio de cabelo. Essas partículas inaláveis conseguem penetrar de maneira mais profunda no sistema respiratório, podendo alcançar os alvéolos pulmonares. Portanto, quanto menor o tamanho da partícula, maior o risco à saúde”, alertou a especialista.
O trabalho também estimou que a melhora observada na qualidade do ar evitou 802 mortes prematuras decorrentes de doenças cardiorrespiratórias – sendo 78 por MP10, 337 por MP2,5 e 387 por NO₂. Considerando somente os óbitos evitados por dióxido de nitrogênio, poluente com maior diminuição constatada, houve uma economia de 720 milhões de dólares em custos relacionados à saúde. Além disso, chegou-se à conclusão de que as 5.623 mortes causadas pela infecção nos meses investigados representaram uma perda econômica de 10,5 bilhões de dólares.
Segundo a Dra. Simone Miraglia, esses resultados eram esperados pelo fato de a mobilidade ter se reduzido expressivamente durante o início da pandemia em São Paulo. “Nada exclui ou ameniza o impacto trágico da pandemia, mas creio que o importante é aproveitarmos a experiência desse evento inusitado para planejar políticas públicas que protejam a população dos eventos adversos em saúde associados à poluição do ar. Ou seja, diminuir deslocamentos veiculares (combustão) é viável e isso protege vidas.”
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Unifesp.
Fonte: Daniel Patini, Unifesp.
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