Destaque

Mais de 80% das espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção

Fonte

Agência FAPESP

Data

sexta-feira, 12 janeiro 2024 14:25

Um estudo liderado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista Science aponta que 82% das mais de 2 mil espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica sofrem algum grau de ameaça de extinção. Do total de 4.950 espécies arbóreas presentes no bioma (incluindo as que ocorrem também em outros domínios), 65% estão com suas populações ameaçadas.

É a primeira vez que todas as populações das quase 5 mil espécies arbóreas da Mata Atlântica têm seu grau de ameaça avaliado segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), maior referência global em espécies ameaçadas.

“O número [de 82% de espécies endêmicas ameaçadas] foi um susto para nós, porque usamos uma abordagem conservadora. Levamos em conta se as espécies tinham ou não floresta disponível, independentemente de ser ou não uma floresta saudável, por exemplo. Mas nem todas as espécies conseguem se manter em fragmentos degradados. É possível, portanto, que a realidade seja ainda mais preocupante”, destacou o Dr. Renato Lima, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), em Piracicaba, e coordenador do estudo.

Parte do trabalho é fruto do pós-doutorado do pesquisador no Instituto de Biociências da USP, financiado com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O levantamento foi realizado em mais de 3 milhões de registros de herbários e inventários florestais. Os pesquisadores adicionaram ainda o maior número possível de informações, como usos comerciais das espécies e séries temporais de perdas de hábitat, entre outros. Os dados dos inventários florestais foram armazenados no repositório TreeCo, administrado pelo professor Renato Lima.

Outro dado preocupante encontrado é que apenas 7% das espécies endêmicas tiveram declínio populacional abaixo de 30% nas últimas três gerações. A IUCN considera que, acima desse patamar, a espécie já pode ser considerada ‘Vulnerável’, a primeira categoria de ameaça de extinção. Acima dessa estão ‘Em Perigo’ e ‘Criticamente em Perigo’.

Entre as ameaçadas, 75% estão na categoria ‘Em Perigo’. Já o emblemático pau-brasil (Paubrasilia echinata) foi listado como ‘Criticamente em Perigo’, dada a redução estimada de 84% das suas populações selvagens.

Árvores antes comuns, como a araucária (Araucaria angustifolia), o palmito-juçara (Euterpe edulis) e a erva-mate (Ilex paraguariensis), tiveram declínios de pelo menos 50% e por isso foram classificadas como ‘Em Perigo’.

Espécies exclusivas da Mata Atlântica, entre elas a canela (espécies como Ocotea odorifera e O. porosa), sofreram reduções de 53% a 89%, sendo classificadas como ‘Em Perigo’ ou ‘Criticamente em Perigo’.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: André Julião, Agência FAPESP.

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