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Laboratório da UERJ participa de estudo sobre efeitos do mercúrio usado no garimpo ilegal na Amazônia

Fonte

UERJ | Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Data

sábado, 15 julho 2023 11:05

O Laboratório de Pesquisa em Ciências Farmacêuticas (LAPESF) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Zona Oeste integra, desde 2017, um grupo interinstitucional que investiga os impactos do garimpo ilegal na Amazônia. O estudo do grupo ‘Ambiente, Diversidade e Saúde’, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisa as consequências da exposição crônica ao mercúrio em áreas protegidas e nos povos da floresta. O laboratório avalia variações genéticas que podem estar associadas ao aumento da concentração e ao agravamento dos efeitos do metal no corpo humano.

Extremamente tóxico, o líquido prateado é utilizado para separar as minúsculas e cobiçadas partículas de ouro de outros sedimentos. Os resultados já publicados evidenciam como essa atividade extrativista degrada o meio ambiente e piora a qualidade de vida dos habitantes das regiões afetadas. O projeto conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do governo alemão, por intermédio da ONG World Wide Fund for Nature (WWF).

Além de ampliar o desmatamento e ameaçar a sobrevivência da fauna local, importante fonte de caça para os indígenas, esse tipo de mineração também polui a atmosfera. Parte do mercúrio é vaporizada pela queima do amálgama (liga metálica) dos dois componentes, processo geralmente feito com um maçarico a fim de se obter o ouro puro. Descartados indevidamente nos rios, os rejeitos da substância são transformados por bactérias em metilmercúrio, composto orgânico que contamina as águas e os peixes. Isso acarreta graves danos à saúde das populações ribeirinhas e de todos aqueles que consomem o pescado proveniente dessas áreas.

Segundo a geneticista Dra. Jamila Perini, professora da UERJ e coordenadora do laboratório, o metilmercúrio afeta principalmente o sistema nervoso: “Ele atravessa a barreira hematoencefálica, causando sérios distúrbios neurológicos. Prejudica a linguagem, a parte motora, a visão e o crescimento infantil. As crianças são mais suscetíveis aos efeitos nocivos do metal em comparação aos adultos, porque nessa fase o sistema gastrointestinal, a membrana permeável que protege o cérebro e as funções excretoras ainda estão em desenvolvimento”.

Nas gestantes, o metilmercúrio consegue chegar à placenta e ao feto e, depois, contamina o leite materno. Casos de crianças com atraso cognitivo, dificuldade de atenção e malformações têm se tornado cada vez mais frequentes nas comunidades atingidas pelo garimpo. O metal também provoca transtornos alimentares, problemas de pele, fraqueza muscular, tremores, paralisia, perda de sensibilidade, deformidades, insônia, dores de cabeça, irritabilidade, depressão, delírios, cegueira, surdez e, em situações extremas, até a morte.

Os sintomas são descritos internacionalmente como Doença de Minamata, em virtude do incidente ocorrido na década de 1950 no Japão, onde a fábrica de produtos químicos Chisso despejou toneladas de resíduos de mercúrio na Baía de Minamata, contaminando peixes e frutos do mar. As pessoas que ingeriram esses alimentos foram acometidas pela síndrome neurológica, e o caso se tornou um marco na conscientização sobre os perigos da poluição por metais pesados.

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Diretoria de Comunicação da UERJ.

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