Destaque

Inteligência artificial ajuda a monitorar regeneração da Mata Atlântica

Fonte

Agência FAPESP

Data

terça-feira, 2 junho 2020 16:15

A despeito do desmatamento em larga escala praticado nos últimos séculos, que reduziu a Mata Atlântica a pouco mais de 12% de sua área original, o bioma continua a ser um dos principais repositórios de biodiversidade do planeta. E, na contramão de um processo que parecia irreversível, a cobertura florestal apresentou indícios de crescimento em décadas recentes.

Para verificar esses indícios e compreender a dinâmica de degradação e regeneração dos fragmentos florestais, um estudo conduzido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comparou imagens de superalta resolução obtidas recentemente por satélites com fotografias aéreas georreferenciadas colhidas em 1962. Com auxílio de pesados recursos computacionais, foi possível rastrear nas figuras a evolução da cobertura florestal, utilizando como marcadores duas espécies pioneiras de árvores: Cecropia hololeuca (embaúba prateada) e Tibouchina pulchra (manacá-da-serra).

Os resultados da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados na revista científica PLOS ONE.

“Essas duas árvores são espécies pioneiras, que crescem depois da degradação. Nosso estudo demonstrou que a embaúba prateada é indicadora de floresta degradada e, o manacá-da-serra, indicador de regeneração florestal sobre antigas pastagens. Rastreá-las nas imagens nos possibilitou saber se o fragmento de floresta investigado evoluiu a partir de pastagem ou se já estava lá antes de 1962”, diz à Agência FAPESP o pesquisador Dr. Fabien Hubert Wagner, autor principal do artigo.

O Dr. Fabien Wagner explica que esse histórico do fragmento é importante porque, quanto mais antiga e menos degradada uma formação florestal, potencialmente maior a sua biodiversidade. E tal informação é crucial para a conservação.

A região investigada estende-se, grosseiramente, de São José dos Campos e Taubaté, no planalto, até Caraguatatuba e Ubatuba, no litoral. E compreende parte do Parque Estadual da Serra do Mar. “Nesse quadrilátero, de aproximadamente 100 por 60 quilômetros, existem mais de 2 mil fragmentos florestais. Utilizando os mapas de dominância das duas espécies vegetais, constatamos que pelo menos 4,3% das florestas naturais da região atual se recuperaram após 1962”, conta Wagner.

O pesquisador supõe que essas áreas podem ter sido recuperadas na esteira da Lei 5.106, de 1966, que concedeu incentivos fiscais para iniciativas de florestamento ou reflorestamento. “Outro achado interessante do estudo, que corrobora essa hipótese, é que os bosques de eucalipto existentes na região foram plantados onde anteriormente já não havia floresta. Embora pobres em biodiversidade, essas plantações contribuíram para o aumento da cobertura vegetal”, afirmou o especialista.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: José Tadeu Arantes, Agência FAPESP.

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