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INPE colabora em pesquisa oceanográfica na Margem Equatorial
É fato que a Margem Equatorial Brasileira vem recebendo grande atenção recentemente devido ao interesse na exploração de óleo e gás na região e preocupações ambientais. No último dia 3 de junho, o Navio de Pesquisa Walton Smith, da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, zarpou do porto de Caiena, na Guiana Francesa, em direção à Margem Equatorial Brasileira, trazendo a bordo uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de pesquisas Espaciais (INPE) e da Universidade do Sul da Flórida, do Instituto Oceanográfico de Woods Hole, do Virginia Institute of Marine Science e da Universidade do Sul da Califórnia, também dos Estados Unidos. O INPE estará representado pelo seu Laboratório de Monitoramento Oceânico por Satélite (MOceanS).
De acordo com o Dr. Milton Kampel, Coordenador do MOceanS, o cruzeiro será uma excelente oportunidade para amostrar o continuum da pluma do Rio Amazonas em uma época de alta descarga do rio no Oceano Atlântico Tropical Ocidental, ainda um pouco antes do período típico de retroflexão da Corrente Norte do Brasil (julho-setembro). As amostragens in situ serão obtidas pela oceanógrafa Andréa L. Oliveira, do MOceanS, e serão complementadas por observações de satélites e modelagem numérica hidrodinâmica, em colaboração com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Este cruzeiro oceanográfico é uma realização de 2 projetos de pesquisa complementares – MUDBANCS e TROCAS, financiados pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O projeto MUDBANCS busca uma nova compreensão mecanicista e quantitativa do destino do carbono orgânico terrestre no oceano costeiro ao largo do Rio Amazonas, reconciliando a natureza refratária de uma fração do carbono orgânico terrestre resistente à oxidação marinha. Serão obtidas amostras da coluna de água e sedimentos superficiais de bancos de lama ativos e sistemas fluviais que drenam o Escudo das Guianas e incluem o delta do Amazonas. Serão aplicadas novas técnicas isotópicas (separação termoquímica e extração química, juntamente com análise de isótopos) para análise dos sedimentos, a fim de obter quantidades reais de membros finais do carbono orgânico terrestre nos sedimentos marinhos.
O projeto TROCAS examina, em diferentes escalas, os processos que governam a advecção e a reação do carbono no Baixo Rio Amazonas e ao longo da plataforma continental adjacente no Oceano Atlântico Tropical. Os objetivos do projeto são:
- redefinir o end member do Rio Amazonas (a evolução espaço-temporal nas propriedades químicas do Baixo Rio Amazonas na pluma no Oceano Atlântico Tropical adjacente) por meio de campanhas de campo e sensoriamento remoto de parâmetros ópticos que podem ser correlacionados com a pressão parcial do CO2;
- desvendar a dinâmica biogeoquímica da maré por meio de medições detalhadas ao longo do ciclo da maré no Baixo Amazonas, com base em perfilagens acústicas de correntes pelo efeito Doppler (ADCP) e medições biogeoquímicas integradas;
- rastrear assinaturas de ecossistemas em transição, com foco nas assinaturas proteômicas do metabolismo microbiano;
- desenvolver um modelo hidrodinâmico e biogeoquímico para fornecer o contexto quantitativo de integração dos resultados na avaliação da troca líquida de ecossistemas (net ecosystem exchange).
Acesse a notícia completa na página do Instituto Nacional de pesquisas Espaciais.
Fonte: Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG) da Coordenação-Geral de Ciências da Terra (CGCT) e Serviço de Comunicação Social do INPE.
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