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Grupo de Estudos Amazônicos debate agricultura familiar e sistemas Agroflorestais
Agricultura Familiar e Sistemas Agroflorestais na Amazônia. Este foi o tema da 59ª Reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), com palestra proferida pelo pesquisador do Inpa Johannes van Leeuwen, formado na Universidade Agrária de Wageningen, Holanda, com graduação em Silvicultura Tropical e um mestrado amplo e ‘pesado’ com dissertações em Silvicultura Tropical, Melhoramento de Plantas e Sociologia Rural da Zona Tropical, e uma especialização em Biometria. Confira, abaixo, o resumo da palestra ocorrida no dia 4 de abril, seguida de debate com os participantes, feito pelo próprio pesquisador Johannes van Leeuwen.
Na palestra, argumentou-se que os agricultores familiares sabem cuidar das árvores, mas falta acesso a mudas no momento certo, e uma possível forma de remediar isso foi apresentada. O assunto é de suma importância, uma vez que a Amazônia tem grande potencial para o cultivo de árvores, enquanto as culturas anuais costumam ser problemáticas.
Árvores são fundamentais para o ecossistema terra: fixam carbono, mitigando o efeito estufa; regulam a ciclagem d’água, reduzindo eventos climáticos extremos; mantêm e melhoram a fertilidade do solo; e permitem alta biodiversidade, agilizando a adaptação do ecossistema a mudanças.
A Amazônia conhece diversos Sistemas AgroFlorestais (SAF’s), entre os quais o pomar caseiro atrás da casa de todo agricultor; a produção de guaraná nos densos plantios arbóreos dos índios Sateré Mawé; o consórcio cacau x seringa na várzea alta, datando do primeiro ciclo da borracha; e de data mais recente cacau e café com espécies madeireiras em Rondônia e pasto com tucumã em Amazonas.
O Núcleo optou para uma forma radical de pesquisa participativa, acompanhando e avaliando, em áreas de pequenos produtores, plantios agroflorestais piloto, delineados por pesquisadores e produtores juntos. Nessa metodologia, o Núcleo se limita a fornecer assessoria técnica e parte das mudas, enquanto as decisões finais e sua execução estão completamente com o agricultor. Isso ocorreu para forçar adaptações à realidade do campo e mostrar as possibilidades e dificuldades da promoção agroflorestal.
O Núcleo desenvolveu o “Diagnóstico e Delineamento Agroflorestal” que, de forma participativa, identifica no estabelecimento agrícola os locais, onde as mudas possam ser instaladas com grande chance de ter bom desenvolvimento.
O palestrante enfatizou a necessidade de maior entrosamento entre pesquisa e produção. Infelizmente, se priorizam publicações em vez da resolução de problemas, para ter maior ‘produção’ acadêmica no sistema Lattes. Problema também constatado por Cláudio de Moura Castro (antigo Diretor Geral da CAPES) em suas colunas na Veja e seu livro “Crônicas de uma educação vacilante”.
Acesse a notícia completa na página do INPA.
Fonte: Redação, INPA. Imagem: Canal Ambiental, Rede T4H.
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