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Exposição a espaços verdes pode melhorar saúde cognitiva

Áreas residenciais com mais espaço verde foram associadas a um pensamento mais rápido, melhor atenção e maior função cognitiva geral em mulheres de meia-idade, de acordo com um estudo financiado pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIA/NIH). Os resultados do estudo, publicados na revista científica JAMA Network Open, sugerem que o espaço verde – como árvores, flores, grama, jardins e parques – pode ser explorado como uma potencial abordagem baseada na comunidade para melhorar a saúde cognitiva.

No estudo, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Boston, da Universidade Harvard e do Centro de Alzheimer da Universidade Rush, nos EStados Unidos, analisaram testes cognitivos e dados de áreas verdes residenciais de 13.594 mulheres com idade média de 61 anos. As mulheres foram inscritas no Nurses’ Health Study II, um estudo longitudinal que examina os fatores de risco para as principais doenças crônicas em mulheres. As participantes fizeram testes cognitivos on-line que mediram a velocidade psicomotora, atenção, aprendizado e memória de trabalho. Em seguida, usando tecnologia baseada em imagens de satélite, os pesquisadores determinaram a quantidade de espaço verde ao redor da casa de cada participante. Os pesquisadores avaliaram a associação entre a quantidade de espaço verde a uma curta distância da casa de uma participante e sua função cognitiva.

Eles descobriram que as mulheres que vivem em áreas com mais espaço verde tiveram pontuações mais altas em velocidade de pensamento, atenção e função cognitiva geral. De uma perspectiva cognitiva, isso se traduz em ser cerca de 1,2 anos mais jovem. No entanto, morar em uma área com mais espaço verde não afetou o aprendizado ou a memória de trabalho, que envolve o acompanhamento de informações durante a execução de uma tarefa. Essa descoberta é consistente com outro estudo que descobriu que morar em bairros com espaço verde não estava associado ao tamanho do hipocampo, parte do cérebro responsável pela memória e aprendizado.

Em seguida, a equipe testou vários fatores que afetam a cognição, incluindo o status socioeconômico do bairro (SES). Notavelmente, entre as mulheres que vivem em bairros com SES mais alto, a associação positiva entre espaço verde e velocidade de pensamento e atenção, bem como função cognitiva geral, foi maior. Eles também descobriram que os efeitos do espaço verde na cognição não foram significativamente afetados pela densidade populacional. Isso sugere que os benefícios cognitivos do espaço verde se estendem a vários tipos de ambientes.

Pesquisas anteriores mostraram que o espaço verde está associado à diminuição dos níveis de poluição, menor risco de depressão e aumento da atividade física – características que podem afetar positivamente a cognição. Neste estudo, os pesquisadores descobriram que o impacto positivo do espaço verde na velocidade de pensamento, atenção e função cognitiva geral não pode ser explicado pelos efeitos da qualidade do ar ou da atividade física. No entanto, eles descobriram que o benefício cognitivo de morar perto de espaços verdes pode ser parcialmente devido às taxas reduzidas de depressão. Essa explicação é apoiada por descobertas anteriores de que uma maior exposição a espaços verdes está associada a um menor risco de depressão. Dado que a depressão é um fator de risco para demência, esses resultados também sugerem que o uso de espaços verdes pode ajudar a reduzir o risco de demência.

Como os autores observaram, a maioria das participantes do estudo é branca; assim, pesquisas adicionais são necessárias para entender como as disparidades raciais e os fatores socioeconômicos afetam a associação entre o espaço verde e a função cognitiva. Eles também observaram que estudos futuros devem examinar como as pessoas se envolvem com o espaço verde ao seu redor.

Este estudo nacional mostrou que a exposição ao espaço verde pode apoiar a saúde cognitiva. Além disso, as descobertas apoiam a necessidade de mais pesquisas sobre o uso da exposição a espaços verdes como uma possível maneira de reduzir os riscos de declínio cognitivo e demência em idosos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do NIA/NIH.

Fonte: NIA/NIH.

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