Destaque

Estudo liderado por pesquisadora do INPE/MCTI mostra que a Amazônia passou a ser fonte de carbono devido às queimadas, ao desmatamento e às mudanças climáticas

Fonte

INPE | Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Data

quarta-feira, 21 julho 2021 07:30

As regiões da Amazônia com desmatamento em torno de 30% ou superior apresentaram uma importante alteração na estação seca (principalmente agosto, setembro e outubro), ficando mais seca, mais quente e mais longa, representando um período de grande estresse para a floresta. Estas regiões apresentaram emissões de carbono 10 vezes maiores que as regiões com desmatamento inferior a 20%.

Um estudo neste sentido foi desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), pela pesquisadora Dra. Luciana Gatti, com a participação de cientistas de várias universidades e instituições de pesquisa nacionais e do exterior. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature.

O estudo apresenta resultados de nove anos de pesquisa com aproximadamente 600 voos utilizando avião de pequeno porte (aproximadamente 8 mil amostras em coletas desde 4,4 km de altura até 300 m da superfície), em quatro localidades da Amazônia, representando as regiões nordeste, sudeste, sudoeste e noroeste da Amazônia, mostrando a variação das emissões de carbono entre as 4 regiões e sua relação com o desmatamento e as mudanças climáticas na região.

O grupo de pesquisa teve a estratégia de utilizar um tipo de medida que tem uma representação em escala regional, onde foram utilizadas coletas com avião desde 4,4 km de altura até próximo a superfície e ao longo de 9 anos (2010-2018), para permitir a obtenção de uma média consistente sobre o que a Amazônia representa no balanço global de carbono. O longo período de estudo escolhido foi devido aà observação, em estudos anteriores, de que a Amazônia apresenta grande variabilidade ano a ano no balanço de carbono. Os 4 locais de estudo com avião foram escolhidos para representar a maior parte da região Amazônica.

A pesquisa mostra que o desmatamento florestal diminui a condição da Floresta Amazônica de absorver CO2 da atmosfera. Nas quatro regiões estudadas foram encontradas magnitudes diferenciadas de desmatamento. As regiões mais desmatadas (> 30%) apresentaram uma estação seca mais estressante para a floresta: mais seca, mais quente e mais longa. Este estresse está fazendo com que a Amazônia, nestas regiões, emita 10 vezes mais carbono (lado Leste: estados do Pará e Mato Grosso), do que nas áreas com desmatamento inferior a 20%. Esta emissão muito maior ocorre tanto por apresentar grande emissão por queimadas, como por uma menor absorção de CO2 pela floresta. Durante os meses de agosto, setembro e outubro a redução de chuva (> 25%) é muito acentuada nestas regiões e apresenta aumento de temperatura > 2 ˚C, além da duração da estação seca estar maior. Esta condição promove um aumento da inflamabilidade da floresta e da mortalidade das arvores típicas de uma floresta tropical úmida.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do INPE.

Fonte: INPE.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2025 ambiental t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Meio Ambiente, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account