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Estudo inovador sobre sequestro de carbono no semiárido nordestino busca soluções baseadas na natureza para mitigar o impacto das mudanças climáticas na agricultura regional e nacional
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) apoia 99 propostas no Programa de Iniciação Científica Jr (Pibic Jr), no Nível Médio das escolas da rede pública e do Instituto Federal de Alagoas (IFAL). Dentre esses estudos , tem ganhado destaque o estudo intitulado ‘Sequestro de carbono do solo como uma solução baseada na natureza para o semiárido brasileiro‘.
O estudo tem a orientação do Dr. Stoécio Maia, doutor em Agronomia e professor do IFAL, que atua na área de manejo e conservação de solos, sempre relacionada à questão das mudanças climáticas e do aquecimento global, pensando em interfaces com a agricultura.
O foco de suas pesquisas tem sido intensificado no clima semiárido, não só na região alagoana, como no âmbito nordestino de modo geral. Inclusive, o seu projeto, agora, está inserido num contexto maior, vinculado também à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP).
Junto aos dez estudantes apoiados com bolsas, o professor tem conduzido um estudo voltado à avaliação do potencial de sistemas agrícolas no semiárido para sequestrar carbono, ou seja, mitigar as emissões de gases do efeito estufa, analisando dois sistemas principais: a recuperação de pastagens degradadas e o os sistemas integrados de produção. Este último envolve, de maneira específica, os sistemas agroflorestais tradicionais, e também os sistemas mais recentes de lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta.
A ideia, segundo o orientador da proposta, foi de tentar envolver os alunos e proporcionar para eles uma experiência diferente de pesquisa: “Neste estudo nós temos coletado solos em várias áreas, uma aqui em Alagoas, mas também na Paraíba, no Ceará e em Sergipe. Estes alunos estão fazendo parte de todo o processo, contribuindo com as análises e tendo a oportunidade de acompanhar dois discentes da pós-graduação, do IFAL e da UFAL [Universidade Federal de Alagoas]”, destacou o pesquisador.
Durante o período de desenvolvimento das verificações e etapas de laboratório, o professor também solicitou que dentro da programação fossem construídas cartilhas relacionadas ao tema pelos estudantes. O acadêmico dividiu a equipe em subgrupos e surgiram três cartilhas relacionadas a assuntos sobre a qualidade do solo, sequestro de carbono e soluções baseadas na natureza – sendo este último aspecto o ‘guarda-chuva’ do projeto: “A gente pensa no solo e nestes sistemas como soluções de base natural ou respostas baseadas na natureza. Então a gente viu ali a oportunidade de envolver realmente os alunos do curso técnico do campus Marechal Deodoro numa nova perspectiva de ciência”, completou o estudioso.
“O conhecimento pode ajudar no inventário nacional de gases do efeito estufa, auxiliando também a identificar como é que estão estes sistemas integrados e de pastagens, e isso servirá para subsidiar os produtores, indicando, por exemplo: se o sistema está dando o resultado que se espera, ou se não, quais são os ajustes possíveis de se fazer”, pontuou o professor.
Por outro lado, o professor Stoécio Maia explicou que é possível encontrar outras aplicações num âmbito político. O Brasil, neste momento, está revisando todo o seu Plano Nacional do Clima e este conhecimento é fundamental porque vai edificando de fato os dados e informações para ajudar a traçar as estratégias corretas, e de acordo com a realidade local.
As cartilhas ‘Qualidade do Solo‘ e ‘Soluções baseadas na Natureza – SBN‘ estão disponíveis para download gratuito na página da FAPEAL.
Acesse a notícia completa na página da FAPEAL.
Fonte: Tárcila Cabral, FAPEAL.
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