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Estudo aponta que incêndio em área úmida da Amazônia provoca perda de 27% das árvores em até três anos

Fonte

Agência FAPESP

Data

quinta-feira, 3 junho 2021 10:40

Mesmo nas regiões mais úmidas da Amazônia, o impacto de incêndios florestais – que só se alastram por essas áreas quando são registradas fortes secas – é significativo e capaz de mudar as características da vegetação ao longo das próximas décadas, embora ainda seja menor do que em outras parcelas do bioma.

Estudo inovador que mediu in loco os efeitos do fogo aponta que a floresta queimada em área úmida perde, em média, 27,3% das árvores, principalmente de pequeno e médio porte, e 12,8% da biomassa (estoque de carbono) até três anos após o incêndio. A mortalidade da vegetação, maior nos primeiros dois anos, abriu espaço, por exemplo, para o desenvolvimento de espécies nativas de bambus herbáceos.

Com uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados (km2), a Amazônia Legal abrange 59% do território brasileiro, distribuída por 775 municípios. Representa 67% das florestas tropicais, abrigando um terço das árvores do mundo, e 20% das águas doces.

É também o bioma brasileiro que historicamente mais registra focos de incêndio por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somente em 2020, foram 103.161 focos de queimadas, o maior registro desde 2017 (com 107.439 notificações no ano). E o terceiro maior na década, ficando atrás de 2015, com 106.438 focos (saiba mais em: queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas_estados/).

Esses incêndios florestais de 2015, provocados pela seca extrema causada pelo fenômeno climático El Niño, foram o foco de uma pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) por meio de dois projetos (16/21043-8 e 20/06734-0) e publicada na revista científica Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

Conduzido sob a orientação do Dr. Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão, chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG) do Inpe, o estudo detalha os impactos das queimadas na vegetação usando também dados coletados diretamente no campo.

“Estudar como as florestas respondem ao fogo no longo prazo é uma das fronteiras do conhecimento sobre o funcionamento da Amazônia. Este entendimento visa não só melhorar o potencial de modelar o futuro do bioma e sua interação com o clima, como também prover subsídios para que o Brasil possa reportar melhor suas emissões e remoções de carbono dentro do contexto das políticas de redução de emissões por desmatamento e degradação florestal [REDD+], que podem trazer benefícios financeiros para o país”, afirmou o Dr. Luiz Eduardo Aragão à Agência FAPESP.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Luciana Constantino, Agência FAPESP.

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