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Emissões de metano devem ser reduzidas em 45% até 2030
As emissões de metano causadas pela atividade humana podem ser reduzidas em até 45% nesta década, ajudando assim a manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC, alinhado com o Acordo de Paris sobre mudança climática, de acordo com um relatório apoiado pela ONU e publicado recentemente.
A Avaliação Global de Metano descreve os benefícios da diminuição do metano, um ingrediente chave na poluição atmosférica, que inclui a prevenção de cerca de 260 mil mortes prematuras e 775 mil visitas hospitalares relacionadas à asma anualmente, assim como 25 milhões de toneladas em perdas de safra.
No Brasil, 276 mortes por doenças respiratórias e cardíacas são registradas a cada 10 milhões de toneladas de metano. O país é também perdeu de 4.900 horas trabalho devido à exposição ao calor extremo. A produção de grãos é outro setor afetado pela emissão de metano, com perdas na produção de milho e soja.
O estudo é trabalho da Coalizão do Clima e Ar Limpo (CCAC), uma parceria global de governos, de parceiros não-estatais e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
“Cortar o metano é a alavanca mais forte que temos para desacelerar as mudanças climáticas nos próximos 25 anos e isso complementa os esforços necessários para reduzir o dióxido de carbono. Os benefícios para a sociedade, as economias e o meio ambiente são numerosos e superam em muito o custo”, disse a Dra. Inger Andersen, diretora-executivo do PNUMA.
O metano é um gás de efeito estufa extremamente poderoso, responsável por cerca de 30% do aquecimento desde a era pré-industrial.
A maioria das emissões de metano causadas pelo ser humano vêm de três setores: combustíveis fósseis, como processamento de petróleo e gás; aterros e resíduos; agricultura, principalmente relacionada à pecuária.
Emissões sempre aumentando
O relatório ressalta o porque a ação internacional é urgentemente necessária, já que as emissões de metano causadas pelo ser humano estão aumentando mais rápido do que em qualquer momento desde o início dos registros na década de 1980.
Mesmo com a pandemia da COVID-19 causando uma desaceleração econômica em 2020, o que impediu outro ano recorde de emissões de dióxido de carbono (CO2), dados da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) mostram que a quantidade de metano na atmosfera atingiu recorde níveis no ano passado.
Boas notícias
No entanto, ao contrário do CO2, que permanece na atmosfera por séculos, o metano se decompõe rapidamente e a maior parte desaparece depois de uma década, o que significa que a ação pode reduzir rapidamente a taxa de aquecimento global no curto prazo.
Soluções prontamente disponíveis
A avaliação identifica soluções prontamente disponíveis que reduziriam as emissões de metano em 30% até 2030, principalmente no setor de combustíveis fósseis. A maioria, ou cerca de 60%, tem custo baixo e metade tem “custos negativos”, o que significa que as empresas ganharão dinheiro tomando medidas.
O chamado “potencial de mitigação” varia entre países e regiões, de acordo com o relatório. Por exemplo, enquanto o maior potencial na Europa e na Índia está no setor de resíduos, na China ele vem da produção de carvão e pecuária, enquanto na África é da pecuária, seguido de petróleo e gás. “Mas medidas direcionadas por si só não são suficientes”, alertaram os parceiros. “Medidas adicionais que não visam especificamente o metano, como uma mudança para energia renovável, eficiência energética residencial e comercial e uma redução na perda e desperdício de alimentos, podem reduzir as emissões de metano em mais 15% até 2030”.
O Dr. Drew Shindell, professor de Ciência do Clima na Universidade Duke, nos Estados Unidos, que presidiu a avaliação da CCAC, disse que passos urgentes devem ser tomados para reduzir as emissões de metano nesta década: “Para atingir as metas climáticas globais, devemos reduzir as emissões de metano e, ao mesmo tempo, reduzir urgentemente as emissões de dióxido de carbono. A boa notícia é que a maioria das ações necessárias trazem benefícios não apenas para o clima, mas também para a saúde e financeiramente, e toda a tecnologia necessária já está disponível”.
Acesse a notícia completa na página das Nações Unidas Brasil.
Fonte: Nações Unidas Brasil.
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