Destaque

Ecossistema sensível de Arraial do Cabo precisa ser preservado

Fonte

UFF | Universidade Federal Fluminense

Data

quinta-feira, 27 julho 2023 11:00

Cidade costeira situada na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, Arraial do Cabo é reconhecida pela paisagem paradisíaca e pelo clima ameno, sendo um dos principais pontos de atração do turismo no estado do Rio de Janeiro. Para além do reconhecido destino de lazer, a cidade também tem grande destaque enquanto reserva ecológica: o município possui um ecossistema único, chamado de ‘oásis coralíneos’, onde se encontra uma grande abundância de corais, bastante sensíveis à degradação ambiental que vem acompanhada da pesca, do turismo intenso e até mesmo de atividades recreativas.

Com isso, o Projeto Costão Rochoso, associado ao Laboratório de Ecologia e Conservação de Ambientes Recifais (LECAR) da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem o objetivo de promover a conservação e preservação da fauna e da flora da região. Por três anos, o projeto recebeu financiamento do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e, neste ano, passou a contar com apoio financeiro da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, para estudar os ecossistemas marinhos do município. “Tenho uma carreira construída em Arraial do Cabo desde o mestrado, trabalhando no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM). É uma longa jornada de estudo para entender a construção do ecossistema e como conservá-lo”, explicou o professor Dr. Carlos Eduardo Leite Ferreira, coordenador do projeto.

Além de pesquisar o ecossistema, o Projeto Costão Rochoso também trabalha com outras frentes. A primeira delas, como explicou a bióloga, doutoranda e pesquisadora do projeto Juliana Fonseca, é o monitoramento da região, com levantamento de dados para a gestão da Prefeitura Municipal e da reserva ecológica, já que “Arraial do Cabo é uma reserva extrativista marinha, então precisa de informações para o gerenciamento e para promover a conservação dos recursos”. Assim, o grupo de pesquisadores do projeto realiza o monitoramento dos animais do local e também analisa a fauna da região entre marés, onde estão os organismos sempre cobertos pela água ou que vivem na faixa de transição entre os ambientes marinho e terrestre. Em 2019, por exemplo, durante uma onda de calor intensa na região, o projeto atuou acompanhando o branqueamento e a recuperação dos corais do ecossistema.

Para a coleta de informações, o grupo usa sensores acústicos em alguns dos animais do ambiente, como peixes e tartarugas. Um dos objetivos é entender em quais áreas esses animais passam mais tempo e como está a situação dessa região em termos de conservação. “A gente tem um sistema que consegue captar por onde a tartaruga ou o peixe passa e depois, a partir desses dados, conseguimos saber qual área que estão usando, por onde estão passando e se eles se locomovem muito de um lado para o outro”, explicou a pesquisadora. Especificamente quanto às tartarugas, a bióloga conta que os integrantes do projeto realizam também um exame médico com o animal ao capturá-lo, medindo-o e pesando-o antes de inserir os sensores acústicos para então devolvê-lo ao mar.

Outro aspecto do Projeto Costão Rochoso é a capacitação, em que os pesquisadores trabalham buscando informar a comunidade de Arraial do Cabo sobre a pesquisa e as formas de preservar o ambiente marinho da região. “Trabalhamos muito com a prefeitura da cidade em termos de capacitação e educação. Fazemos a capacitação de professores, pescadores, guardas-ambientais e, agora, estamos com uma tentativa de realizar a capacitação dos turistas com a cartilha que produzimos”, comentou Juliana.

Com os professores da cidade, houve um curso de capacitação para mostrar o material produzido pelo projeto e como usá-lo; já com os pescadores, a capacitação foi em primeiros socorros das tartarugas marinhas, principalmente quando acabam presas nas redes de pesca. “Também fazemos a capacitação de jovens líderes contra as mudanças climáticas, principalmente meninas; de mergulhadores, para atuarem como monitores de espécies exóticas, como o peixe-leão, e para o turismo de base comunitária”, continuou a bióloga Juliana Fonseca.

O desejo é multiplicar a importância da conservação do ambiente, promover o conhecimento e a valorização do município, além de incentivar o pertencimento das comunidades locais que interagem diretamente com o ecossistema marinho da cidade e, muitas vezes, fazem uso dele para a subsistência. “A gente busca estimular o pertencimento dessas pessoas que estão ali em Arraial do Cabo, que vivem da pesca e do turismo. Estimulá-las a conhecer e também saber o que elas já conhecem. Nossa intenção é fazer com que elas consigam entender a importância do projeto”, concluiu Juliana Fonseca.

Acesse a página do Projeto Costão Rochoso.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal Fluminense.

Fonte: Francielly Barbosa, Assessoria de Imprensa da UFF.

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