Destaque

Dois terços dos municípios do Rio Grande do Sul foram afetados pelos eventos extremos deste ano

Fonte

MapBiomas Brasil

Data

quarta-feira, 12 junho 2024 12:40

Quase dois terços (61%) dos municípios do Rio Grande do Sul foram atingidos, em maior ou menor grau, pelos eventos climáticos extremos de abril e maio deste ano. É o que mostram imagens de vários sistemas de satélite coletadas, analisadas e validadas pelos técnicos do MapBiomas. Ao todo, a área atingida por movimentos de massa, tais como deslizamentos de terra, bem como enxurradas, inundações e alagamentos nos últimos dois meses foi estimada em 15.778 km2 – o equivalente a 5,6% dos 281.748 km2 de extensão do estado.

Os dados detalhados da extensão por município, tipo de cobertura e uso da terra estão disponíveis no site do MapBiomas, incluindo a planilha de estatísticas e um toolkit de visualização, consulta e download dos mapas desenvolvido para apoiar gestores, técnicos e profissionais que estão trabalhando na emergência.

Um total de 298 municípios tiveram pelo menos 1% do território afetado pelos eventos extremos dos últimos dois meses.  Destes, 73 municípios tiveram mais de 10% do território atingido, sendo 34 com mais de 20%. No caso de Nova Santa Rita e Canoas, mais da metade: 52,5% e 50,1%, respectivamente.

Os dados mostram que áreas usadas pela produção agropecuária do estado foram as mais afetadas: mais de um milhão de hectares, ou 64,2% do total ocupado por essas atividades no Rio Grande do Sul. Quase 20% de formações campestres também foram atingidas.

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 234 tiveram sua área urbana atingida. Dois terços deles (67%, ou 158 municípios) tiveram menos de 1% de suas áreas urbanizadas atingidas.  Em um caso – Eldorado do Sul – a  área afetada superou 66%. Em Mampituba foram 49,5% e em Canoas, 42,4%. Em relação à totalidade do território afetado no estado, 0,8% corresponde a áreas urbanizadas. Mas quando se olha para a totalidade da área urbanizada do Rio Grande do Sul, 5% foram atingidos.

O mapeamento da área atingida foi elaborado a partir do processamento e análise de imagens de satélites, obtidas por sensores óticos e de radar, em um período anterior e imediatamente após os eventos de precipitação severa. O mapa da área atingida foi depois sobreposto ao mapa de cobertura e uso da terra da coleção Beta MapBiomas 10 metros, do ano de 2022, para identificar e calcular a extensão das classes de cobertura e uso na área atingida. O resultado são dados em vários recortes espaciais (estado, bacia hidrográfica, bioma e município) que fornecem informações úteis para avaliação e tomada de decisão com relação às áreas atingidas e para a definição de ações em vários horizontes de prazo.

Os técnicos do MapBiomas alertaram que esses dados podem apresentar limitações decorrentes do método e das características das fontes de dados utilizadas, tais como imagens de satélite com diferente resolução espacial, por exemplo. Por isso, a extensão atingida pode estar superestimada em alguns pontos, especialmente em algumas áreas rurais mais altas, onde solos temporariamente saturados foram incluídos devido à resposta similar à de uma lâmina d’água. Já no caso das áreas urbanas, os números podem estar subestimados devido à dificuldade de detecção da presença de lâmina d’água em meio às edificações. No caso das áreas inundadas no sul do estado, os números podem estar defasados porque o maior nível ocorreu após o período de coleta das imagens utilizadas.

A nota técnica do MapBiomas destacou também que  eventos extremos, como vendavais e precipitações intensas, são mais frequentes no Rio Grande do Sul durante as estações de transição, como primavera e outono. Projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima-IPCC  indicam tendência de aumento na precipitação e na frequência de eventos severos. As normais climatológicas do INMET dos períodos de 1961-1990 e de 1991-2020 confirmam que praticamente todas as regiões do estado já apresentaram mudanças nessa direção, algumas delas com até 300 mm de aumento na precipitação anual entre os dois períodos.

Acesse a notícia completa na página do MapBiomas Brasil.

Fonte: MapBiomas Brasil.

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