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Derretimento de glaciares: mapeamento completo revela aceleração
Uma equipe internacional envolvendo cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD) e da Universidade de Toulouse III – Paul Sabatier, com o apoio do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), na França, acaba de mostrar que quase todas os glaciares do mundo estão perdendo massa desde 2000. Com base em observações de satélite, os resultados mostram que a perda de massa acelerou ao longo desse período. O estudo foi publicado no último dia 29 de abril na revista científica Nature.
Onde quer que estejam, os glaciares estão derretendo em ritmo recorde. Sua massa caiu até uma média de 267 bilhões de toneladas (gigatoneladas) a cada ano desde 2000, de acordo com um estudo recente. As perdas globais ainda aceleraram nos últimos anos, de 227 gigatoneladas de gelo perdidas por ano entre 2000 e 2004 para 298 gigatoneladas por ano entre 2015 e 2019.
Esses resultados são fruto do primeiro mapeamento completo e preciso das mudanças de espessura e, portanto, de massa de todos os glaciares do mundo – cerca de 220.000. O recuo das geleiras e seu afinamento foram comprovados, mas a magnitude do fenômeno tinha permanecido afetada por grandes incertezas porque tinha sido medida apenasparcialmente. Os cientistas se basearam principalmente em meio milhão de imagens obtidas desde 2000 pelo satélite Terra. Ele regularmente adquire pares de imagens da superfície da Terra por meio de duas câmeras, o que levou à criação de uma série de modelos digitais de elevação glaciar. A precisão espacial e temporal desses resultados atinge um nível incomparável até o momento.
O estudo mostra que as geleiras que derretem mais rapidamente estão nos Alpes, Islândia e Alasca. As taxas de derretimento diminuíram entre 2010 e 2019 na costa leste da Groenlândia, Islândia e Escandinávia. Essa desaceleração local pode ser devido a uma anomalia climática que causou mais chuvas e temperaturas mais baixas, retardando a perda de gelo. A variabilidade regional e de dez anos de perdas de massa é amplamente controlada por mudanças na precipitação. Em contraste, a aceleração geral na perda de massa dos glaciares é o resultado do aumento das temperaturas.
Essas novas observações irão esclarecer as projeções da evolução futura das geleiras que podem, por exemplo, contribuir para uma melhor antecipação das mudanças nos recursos hídricos em algumas regiões montanhosas.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do CNRS (em francês).
Fonte: François Maginiot, Assessoria de Imprensa do CNRS.
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