Destaque

Crescimento da Amazônia está limitado pela falta de fósforo

Fonte

Universidade de Exeter

Data

terça-feira, 16 agosto 2022 19:05

Concentrações mais altas de dióxido de carbono (CO2) fazem com que as plantas cresçam mais rapidamente, o que significa que elas armazenam mais carbono. Esse armazenamento – especialmente em grandes florestas como a Amazônia – ajuda a limitar o aumento dos níveis de CO2, retardando as mudanças climáticas.

No entanto, as plantas também precisam de nutrientes para crescer, e um novo estudo mostra que a disponibilidade de fósforo pode limitar a capacidade da Amazônia de aumentar sua taxa de crescimento à medida que o CO2 aumenta.  E isso também pode tornar a floresta tropical menos resiliente às mudanças climáticas, alertam os pesquisadores.

O estudo, publicado na revista científica Nature, foi realizado por uma equipe internacional liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pela Universidade de Exeter, no Reino Unido.

“Nossos resultados questionam o potencial de manutenção das atuais altas taxas de absorção de carbono na Amazônia”, disse a doutoranda Hellen Fernanda Viana Cunha, autora principal do estudo e pesquisadora do INPA.

“Cerca de 60% da bacia amazônica está em solos antigos com baixo teor de fósforo, mas o papel do fósforo no controle da produtividade não era claro porque a maioria dos experimentos de fertilização em outras partes do mundo foram em sistemas mais ricos em fósforo. Nosso experimento, o Experimento de Fertilização da Amazônia (AFEX), examinou os efeitos da adição de fósforo, nitrogênio e cátions básicos (outros nutrientes potencialmente importantes) em uma área antiga e com baixo teor de fósforo da floresta tropical. Somente o fósforo levou ao aumento da produtividade nos dois primeiros anos do experimento. Ter respostas tão rápidas e fortes ao fósforo, tanto acima quanto abaixo do solo, é uma indicação de que todo o sistema estava funcionando sob severa limitação de fósforo”, explicou Hellen Cunha.

O solo em regiões tropicais como a Amazônia geralmente se formou há milhões de anos, e alguns nutrientes podem ser perdidos com o tempo.

Embora nutrientes como o nitrogênio possam ser absorvidos do ar por microrganismos associados a certas plantas e solos, o fósforo não está disponível como gás na atmosfera – então, uma vez esgotado, há pouca oportunidade de aumentar seus níveis.

No novo experimento, dois anos com fósforo extra causaram aumentos significativos no crescimento das raízes finas (29%) e na produtividade do dossel (19%). O crescimento do caule não aumentou. Hellen Cunha disse que isso pode acontecer porque raízes e folhas exigem mais fósforo do que caules, e o crescimento do caule é um processo mais lento.

O monitoramento de longo prazo do experimento é necessário para determinar se uma resposta à produtividade da madeira do caule se torna aparente. As descobertas têm implicações importantes não apenas para o armazenamento de carbono, mas também para a resiliência da floresta às mudanças climáticas.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Exeter (em inglês).

Fonte: Universidade de Exeter.

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