Destaque

Cientistas de diversos países analisam estudos sobre mudanças no meio ambiente

Fonte

UFMS | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Data

quinta-feira, 26 janeiro 2023 18:25

Mais de cem pesquisadores de pelo menos 13 países reuniram-se para encontrar respostas e soluções para enfrentar as complexas mudanças que vêm ocorrendo no meio ambiente do planeta. Entre eles está o Dr. Diogo Borges Provete, professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). “O Centro Nacional de Análise e Síntese Ecológica da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, abriu uma chamada e pediu para os interessados enviarem propostas para participarem de um workshop. Houve uma seleção e eu fui chamado para integrar o grupo de pesquisadores para realização dos estudos”, disse o professor.

O Workshop sobre o Futuro da Síntese em Ecologia foi realizado de forma remota, em fevereiro de 2021. Pesquisadores de seis instituições norte-americanas conduziram as discussões. “Na próxima década, vamos enfrentar enormes desafios ambientais e precisamos organizar esforços globais para enfrentá-los”, disse o ecólogo Dr. Ben Halpern, que liderou o grupo. “Reunimos uma comunidade diversificada de ecólogos e cientistas ambientais para partilhar ideias e questões-chave, e ajudar a resumir tudo isso num conjunto de prioridades para orientar a comunidade científica na próxima década. Esperamos que as pessoas possam utilizar esse trabalho para apoiar os seus esforços para resolver problemas urgentes”, completou.

De acordo com o Dr. Ben Halpern, o grupo identificou vários tópicos prioritários: diversidade, inclusão equitativa e justiça; sistemas humano-ambientais acoplados; ciência acionável e inspirada no uso; escala; generalidade, complexidade e resiliência; e previsibilidade. Todos esses tópicos se tornam mais significativos à medida que as oportunidades para a ciência de síntese crescem em escopo, escala e velocidade da coleta de dados. “Foram criados grupos de trabalho menores para discutir sobre alguns temas previamente escolhidos. Alguns meses depois do evento, começamos a trabalhar em um manuscrito que contou com duas a três rodadas de revisão, abertas a todos os autores”, destacou o professor Diogo.

“A versão inicial do texto já trazia alguns componentes que foram discutidos durante os grupos de trabalho individuais, a partir dos brainstorms. O próprio grupo gerou uma lista preliminar de aspectos que deveriam ser priorizados em iniciativas futuras de síntese. Uma grande preocupação da equipe de autores e dos líderes foi a de manter e proporcionar equidade e igualdade de oportunidade para pessoas de diferentes gêneros e origens/locais, como forma de tornar o processo de geração de conhecimento mais diversa”, explicou o pesquisador da UFMS.

Segundo o professor Diogo, o artigo final foi submetido à revista científica Ecosphere, tendo sido publicado recentemente. “Considero um privilégio ter tido a oportunidade de participar do workshop e do grupo. Não só pude assistir às palestras de referências na área de Síntese em Ecologia, mas também contribuir durante as discussões para os grupos de trabalho específicos. Foi bem-vinda essa perspectiva que trouxe do sul global, sendo inclusive algo ressaltado na versão final do artigo”, relatou o Dr. Diogo Provete.

Resultados

“Houve uma grande ênfase na diversidade, equidade, inclusão e justiça como ponto focal para a pesquisa da síntese, representando uma mudança significativa no processo de como síntese em ecologia é feita”, disse o professor Halpern. Ao reduzir as barreiras à diversidade dos participantes, de acordo com os pesquisadores, os cientistas de síntese seriam capazes de definir e responder melhor às perguntas que resultariam em políticas mais relevantes e com maior impacto para comunidades mais inclusivas.

As outras prioridades, observou o Dr. Halpern, “incluem as que têm sido questões-chave durante décadas e que ainda permanecem não resolvidas e altamente prioritárias, bem como novos tópicos”. Questões como a forma como os valores humanos e as decisões afetam os resultados ambientais; como incorporar o conhecimento local, indígena e experiencial; e como abordar a complexidade que emerge à medida que as mudanças em um sistema conduzem a grandes mudanças em outros, foram assinaladas pelo grupo de workshop, que contou com membros de diferentes fases na carreira, instituições, backgrounds e locais de origem.

No processo e prática da ciência da síntese, o grupo identificou dois tópicos comuns: expandir a participação e aumentar a disponibilidade de dados. Devem ser feitos esforços para apoiar a representação e integração de diversos cientistas e perspectivas, e envolver as comunidades marginalizadas, afirmaram, ao mesmo tempo em que deve haver geração, integração e acesso a dados de alta qualidade.

Embora a taxa de alterações climáticas esteja aumentando, com efeitos que por vezes podem parecer assustadores para os pesquisadores que as estudam, o professor Halpern sentiu-se encorajado pela disposição dos participantes no workshop de apresentarem e partilharem ideias – um modelo que ele espera torne-se um caminho para a pesquisa de síntese.

“Nunca liderei um trabalho com tantos co-autores, e de forma a dar prioridade à igualdade de voz e participação. Este trabalho foi verdadeiramente um esforço de colaboração a uma escala que nunca imaginei possível. Foi realmente inspirador envolver tantas pessoas, e aprendi muito ao ouvir o feedback e as revisões e conversas que se seguiram durante o processo de redação e revisão deste trabalho”, concluiu o professor Ben Halpern.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Fonte: Vanessa Amin (UFMS), com informações do NCEAS e CNPq.

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