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Cientista ganha reconhecimento internacional com modelo de conservação de populações de pirarucu
O brasileiro João Victor Campos e Silva, vencedor do Prêmio Jovem Cientista de 2018, foi anunciado como um dos laureados pelo Prêmio Rolex de Empreendedorismo. A premiação aconteceu em Washington, nos Estados Unidos, no último dia 14.
Biólogo, João foi selecionado com um projeto iniciado no doutorado, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em que avaliou um modelo de conservação na Amazônia que recupera populações de pirarucu, maior peixe de escamas do mundo, com alto valor comercial e cultural. Segundo o estudo, áreas protegidas equivalem a uma poupança bancária, gerando benefícios econômicos e sociais às comunidades. “O projeto desse prêmio é uma continuação do PJC, vamos ampliar o modelo. Com o Prêmio Rolex, teremos condições de ampliar a escala do manejo no rio Juruá, especificamente no Médio Juruá, contribuindo com o zoneamento da pesca e organização das comunidades rurais”, aponta o pesquisador.
A pesquisa de João Victor investiga o modelo que foi desenvolvido na Amazônia pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. A primeira experiência de manejo de pirarucu ocorreu em 1999 em uma área da Reserva Mamirauá assessorada pelo Instituto, após anos de pesquisas. Atualmente no Pós-Doutorado na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), João acredita que o plano de manejo é importante não apenas para salvar o peixe, também conhecido como arapaima, como também para garantir os meios de subsistência, a alimentação e a cultura das comunidades nativas, que dependem dos rios da região para sobreviver.
João Victor explica que o manejo do pirarucu é uma atividade coletiva, onde as comunidades locais, ONGs, Universidades e governo trabalham juntos para garantir a recuperação da espécie e o bem estar das comunidades ribeirinhas da Amazônia. “Nossa ideia agora é pensar o manejo do pirarucu como um instrumento propulsor de desenvolvimento local, onde as florestas e lagos são protegidos pelas comunidades locais, ao mesmo tempo que os benefícios socioeconômicos também são garantidos”, afirma.
Os próximos passos da pesquisa, segundo o biólogo, incluem a formação de um coletivo que está articulando a exportação do pirarucu para outros estados brasileiros, para que a sociedade em geral tenha acesso a um produto de alta qualidade que carrega um expressivo valor social e ecológico. “É uma honra muito grande receber esse prêmio, mas para mim o mais importante é a oportunidade de divulgação do trabalho árduo que as comunidades rurais tem desenvolvido na Amazônia. As comunidades rurais indígenas e não indígenas estão garantindo a proteção da maior floresta tropical do mundo”, conclui.
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Fonte: Coordenação de Comunicação Social do CNPq. Imagem: Divulgação.
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