Destaque

Banco de dados sobre atropelamento de fauna em acesso livre

Fonte

Unesp

Data

quinta-feira, 20 setembro 2018 14:45

A mortalidade por colisão com veículos é o impacto mais visível das rodovias na fauna silvestre. Essa nova ameaça à conservação da biodiversidade levou vários centros de pesquisa, universidades e concessionárias de rodovias a registrar quais são os animais e onde esses atropelamentos ocorrem.

Neste sentido, a Ecology, a principal revista científica de ecologia no mundo, torna público um banco de dados com 20 mil registros de atropelamentos no Brasil de 450 espécies de vertebrados terrestres. O estudo contou com a participação de 100 pesquisadores e conservacionistas do Brasil e do exterior. “Estamos colocando o Brasil na era do big data”, afirma o Dr. Milton Ribeiro, pesquisador da Unesp de Rio Claro envolvido com o projeto.

O objetivo é avaliar o impacto nas populações de animais silvestres e orientar os empreendedores (públicos e privados) e órgãos ambientais a adotar medidas para reduzir as taxas de atropelamento. No entanto, esses estudos são onerosos, o que limita os monitoramentos à apenas alguns segmentos da rede de rodovias, além de ocorrerem por curtos espaços de tempo.

banco de dados foi publicado na revista Ecology, principal revista sobre ecologia no mundo. A iniciativa foi de Clara Grilo, ecóloga de estradas e pesquisadora de Portugal, que atuou como professora visitante do Departamento de Biologia da Universidade de Lavras (UFLA), e que foi financiada pelo CNPq. “Esta publicação põe à disposição os dados brutos de dezenas de pesquisas e abre caminho para uma análise nacional dos impactos das rodovias na biodiversidade”, comenta Clara Grilo.

A maioria dos dados publicados foram coletados com o apoio financeiro de agências públicas como CAPES, CNPq, FAPEMIG, FAPESP, teve a participação de várias universidades brasileiras e ainda agencias privadas como a FACEPE e Fundação Grupo Boticário de Proteção a Natureza.

“O apoio das agências de fomentos à pesquisa, a participação de estudantes e professores das universidades, de pesquisadores, das concessionárias e das empresas de consultoria e ONGs teve um papel fundamental para conseguirmos compilar todas essas informações”, destaca a pesquisadora portuguesa.

“Esta informação é especialmente importante no Brasil, onde vários biomas com elevada riqueza de espécies coincidem com os planos de expansão da rede rodoviária”, disse o Dr. Andreas Kindel, professor da Universidade do Rio Grande do Sul e líder do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (NERF) da UFRGS. Para Andreas Kindel, um dos principais corresponsáveis pela organização do banco de dados, “somente com dados de acesso livre poderemos fazer análises em escalas mais amplas e com maior detalhamento”. Do ponto de vista de compartilhamento de dados, o Brasil está passando por uma importante mudança. Historicamente, muita informação sobre biodiversidade acabava apenas nas prateleiras das universidades, ou mesmo nem se tornavam públicas. Com isto, informações importantíssimas foram se perdendo no tempo, deixando de cumprir suas funções.

Acesse o a notícia completa no site da Unesp.

Fonte: ACI Unesp. Imagem: Pixabay.

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