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Bactérias da Antártica são objeto de estudo de pesquisador da UNILA

Fonte

UNILA | Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Data

sábado, 27 agosto 2022 10:45

Junto com a profundeza dos oceanos e o espaço, a Antártica é uma fronteira ainda desconhecida pela humanidade. Ali, onde as temperaturas podem chegar a 80ºC negativos, pesquisadores vêm desenvolvendo diferentes estudos. O local também é alvo de pesquisas da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).

O Dr. Michel Passarini, professor do curso de Biotecnologia e do Programa de Pós-Graduação em Biociências da UNILA, estuda bactérias presentes na Antártica e está com viagem marcada para o continente gelado para a coleta de amostras. Em novembro, ele deve partir com outros pesquisadores para uma temporada na Estação Comandante Ferraz, localizada na ilha Rei George, a 130 quilômetros da Península Antártica, na baía do Almirantado.

O professor faz parte do Projeto MycoAntar, coordenado pelo Dr. Luiz Henrique Rosa, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O MycoAntar é um dos projetos que integram o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), voltado para exploração científica do continente gelado. O objetivo é pesquisar a biodiversidade e realizar a bioprospecção de fungos do ambiente antártico.

O professor Michel Passarini desenvolve pesquisas de biorremediação, processo no qual organismos vivos, como bactérias, fungos e plantas são utilizados para reduzir ou eliminar um poluente ambiental. Seu foco são os microrganismos, mais especificamente, as bactérias. “Os microrganismos são muito mais fáceis de a gente manipular no laboratório e crescem rápido – uma bactéria cresce em 24 horas”, explicou o pesquisador. Ele lembra que há uma percepção geral de que, em ambientes tão extremos, como a Antártica e o Ártico, não há vida. “Parece realmente que a vida não se desenvolve ali, mas não é bem assim. Principalmente os microrganismos unicelulares bacterianos têm a característica de adaptar-se a esses ambientes”, continuou o professor.

Segundo o professor, as pesquisas no continente antártico abrangem diferentes áreas e têm potencial para atender desde a indústria de alimentos até a produção de bioenergia. As pesquisas também podem levar ao desenvolvimento de medicamentos. “Uma molécula pode ter atividade antimicrobiana [para ser usada no tratamento de] doenças negligenciadas aqui no Brasil”, exemplificou.

O objetivo é reproduzir as amostras em laboratório, mas isso nem sempre é possível. “Numa amostra ambiental, a gente consegue recuperar até 10%, no máximo 15%, do que está ali porque a gente não consegue reproduzir em laboratórios as condições ambientais”, explicou. Muitas informações são obtidas a partir do DNA dos microrganismos. “Muito dos microrganismos novos que estão sendo descobertos só sabemos que eles existem a partir de informação de DNA. E tem muita coisa nova”.

O professor Passarini não vê preocupação com a possibilidade de um acidente e uma possível pandemia a partir do cultivo em laboratório de bactérias coletadas na Antártica. “Vai ser muito difícil isso acontecer porque ela não vai sobreviver no ambiente que a gente tem. A nossa temperatura corporal é 37 graus. Não vai crescer”.

O pesquisador ressaltou que as pesquisas na região vêm aumentando e um dos motivos é a necessidade de o Brasil permanecer com sua condição de país consultivo no Tratado da Antártica. “Para ser membro consultivo, tem que fazer pesquisa. Se a gente não tiver incentivo e reduzir as pesquisas, o Brasil deixa de ser um país consultivo e deixa de tomar decisões para o que vai acontecer com o futuro da Antártica.”

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal da Integração Latino-Americana.

Fonte: UNILA.

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