Destaque

Aumento do risco de incêndios em áreas naturais exige estratégias de prevenção com embasamento científico

Fonte

UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

sexta-feira, 23 julho 2021 07:15

Recentes incêndios de grandes proporções na Amazônia e no Pantanal, aliados ao aumento no risco de novos eventos desse tipo causados pelas mudanças climáticas, pelas mudanças no uso da terra e pela falta de um manejo adequado deste problema, compõem um panorama complexo que mobiliza pesquisadores de Ecologia e de áreas correlatas.

A importância do tema e a necessidade de que o assunto seja debatido com bases científicas uniram 11 pesquisadores de diferentes instituições na autoria de artigo publicado na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation. Com base no entendimento das causas e dos efeitos do fogo no conjunto dos ecossistemas e biomas brasileiros, o estudo propõe abordagens eficazes de prevenção de incêndios e de manejo do fogo.

O Dr. Gerhard Overbeck, professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e um dos autores do texto, explicou que esse tema é complexo e que, muitas vezes, o debate em torno do assunto se baseia em preconceitos. Ele alerta que o risco de eventos graves de incêndios poderá aumentar, por isso o País precisa estar preparado. Segundo o pesquisador, é necessário definir políticas e estratégias de manejo que levem em conta os processos naturais e socioculturais envolvidos – como as mudanças climáticas, ciclos de seca, tipo de vegetação, desmatamento para o avanço da fronteira agrícola, usos tradicionais na pecuária ou para extrativismo, por exemplo – e que tenham uma base científica sólida.

O Dr. Gerhard Overbeck relatou que o estudo foi conduzido no âmbito do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABAECO). Diante da importância de enfrentamento urgente do problema, o grupo de pesquisadores, assessorados por gestores públicos e políticos, reuniu-se em um workshop online em outubro de 2020, a fim de analisar as questões que envolvem os incêndios em áreas naturais e elaborar o estudo, buscando oferecer uma revisão atualizada sobre o tema não só para o público acadêmico, mas também para gestores e formuladores de políticas ambientais. O apoio financeiro foi do Programa Biota/Fapesp e do CNPq por meio do Centro de Síntese em Biodiversidade (SinBiose) e do Edital PrevFogo/Ibama.

Na publicação, os pesquisadores mostram que o Brasil possui biomas e ecossistemas com diferentes respostas ao fogo. Enquanto as florestas tropicais (como a Amazônia e a Mata Atlântica) são extremamente vulneráveis às queimadas, os campos naturais e savanas (como os Campos Sulinos e o Cerrado) apresentam adaptações ao fogo e têm muitos de seus processos ecológicos dependentes dele. No entanto, mesmo os ecossistemas adaptados respondem de forma diferente, dependendo do tipo, da frequência, da sazonalidade, da intensidade e da extensão do fogo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa no Portal UFRGS Ciência.

Fonte: Patrícia Barreto dos Santos Lima, UFRGS Ciência.

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