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AmazonFACE faz pré-inauguração de sítio experimental para testar resiliência da floresta amazônica à mudança climática

Fonte

MCTI | Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações

Data

terça-feira, 13 dezembro 2022 12:30

Em uma área de pesquisa a cerca de 70 quilômetros em linha reta ao norte de Manaus, o programa experimental de grande porte que medirá os impactos das mudanças climáticas na floresta Amazônica dá um passo decisivo na construção da sua infraestrutura. As bases de concreto ganham forma no chão da floresta para receber torres de alumínio autoportantes e guindastes no modelo grua. O equipamento para içar e mover objetos dará acesso ilimitado dos cientistas ao topo das árvores em seu estado natural, abrindo outras possibilidades de pesquisa sobre os ciclos de carbono. Hoje, o uso de gruas permanentes para estudos no dossel de florestas tropicais é utilizado apenas no Panamá.

A pré-inauguração do sítio experimental do AmazonFACE foi realizada no último dia 8 de dezembro, no km 34 da estrada ZF-02, à esquerda da BR-174 (Manaus-Boa Vista), na altura do km 934 (antigo Km 50). O AmazonFACE é um programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em cooperação internacional com o governo britânico. O experimento busca entender uma das maiores incertezas que se tem na ciência climática: como a maior floresta tropical do mundo irá se comportar no futuro com o aumento das emissões de gás carbônico, num mundo mais quente, mais seco e com redução de chuvas?

O pesquisador do Inpa, Dr. Carlos Alberto Quesada, e o pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri/Unicamp), Dr. David Lapola, coordenam o AmazonFACE e acreditam que o evento é um marco para o complexo programa que teve início em 2014. Na primeira fase, os pesquisadores e estudantes de pós-graduação ligados ao programa fizeram a caracterização do sítio, para entender o funcionamento da floresta antes de começar o experimento, trabalho que continuará em longo prazo.

“Este momento celebra a viabilidade da construção da infraestrutura do experimento, tendo a presença de parceiros importantes que nos ajudaram a chegar até aqui. Além disso, aproveitamos esta ocasião como um evento científico para destacar a importância do experimento no contexto do mercado internacional de carbono e da relevância do projeto para a vida das pessoas, pois a Amazônia influencia a sua vida, a minha, o planeta inteiro. O AmazonFACE é um projeto também voltado à formulação de políticas públicas”, destacou o Dr. Carlos Alberto Quesada.

Esse grande laboratório a céu aberto será formado por seis anéis compostos por 16 torres de alumínio cada, com 30 metros de diâmetro. Serão três anéis enriquecidos com gás carbônico e três anéis controle com ar ambiente. Cada torre possui sensores que vão emitir durante 12h do dia de 40% a 50% a mais da concentração de CO2 atmosférico nos fragmentos de floresta existentes dentro dos anéis e medir os impactos na respiração, fotossíntese, crescimento de plantas e em outros processos. A previsão é colocar os seis anéis em operação no início de 2024.

“As simulações dos modelos computacionais climáticos de vegetação nada poderão fazer sem dados de campo que mostrem se esse efeito de fertilização por CO2 de fato existe na floresta Amazônica, quão forte ele é e quanto tempo vai durar. A informação que vamos gerar é da maior importância para alimentar esses modelos e nos dá melhores projeções sobre o que vai acontecer com a maior floresta tropical do mundo”, ressaltou o Dr. David Lapola.

Até o momento estão prontas as bases de concreto dos dois primeiros anéis, que receberão 32 torres. Três dessas torres já foram montadas até 10 metros de altura. Cada anel terá o seu próprio guindaste de 50 metros de altura. Até o primeiro trimestre de 2023, essa primeira fase da construção, iniciada em março deste ano, deve ser concluída. Montados os dois primeiros anéis, os cientistas avaliarão quantidade necessária de gás carbônico e depois desligarão os sistemas. A infraestrutura da plataforma científica entrará em operação quando os seis anéis estiverem concluídos.

Acesse a notícia completa na página do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Fonte: MCTI.

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