Destaque

Desenvolvimento de nanomateriais em aplicações de interesses ambientais, energéticos e da saúde

Fonte

UFMS | Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Data

terça-feira, 11 junho 2019 13:00

O Século XXI é tomado por questões preocupantes que permeiam áreas ainda obscuras em setores essenciais à vida e suas necessidades básicas. Em busca de soluções para parte desses problemas, pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em Química (PPGQ) e de Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste (PPGSD) realizam o projeto de pesquisa Capes – PrInt “Desenvolvimento de nanomateriais para indução de processos oxidativos: aplicações de interesses ambientais, energéticos e da saúde”.

Nanomateriais são materiais que possuem graus estruturais na ordem de um nanômetro (que é igual a um milionésimo de milímetro), e que podem potencializar resultados com quantidades muito menores de matéria-prima.

Pelo projeto os pesquisadores irão trabalhar duas linhas. A primeira é a terapia fotodinâmica, que trata do uso do nanomaterial e da luz para promover reações no interior de células e seres vivos.

Um desafio dos dias atuais na área de saúde é, por exemplo, a resistência das bactérias a várias classes de antibióticos, em especial pelo uso indiscriminado desses medicamentos, criando assim bactérias super-resistentes. “Nessa linha, trabalhos recentes já apontam o potencial da inativação fotodinâmica (IFD) no processo de inativacão de bactérias multirresistentes”, explica o coordenador do projeto, professor Além-Mar Bernardes Gonçalves (Instituto de Física – Infi).

A outra linha está relacionada com o uso de nanomateriais e luz para promover quebra de moléculas de poluentes ou provocar a própria quebra da molécula da água na produção de Hidrogênio, considerado combustível limpo.

Na questão ambiental, o nível de poluição, resultante de atividades agrıćolas, industriais e domésticas, aumentou consideravelmente nos últimos anos. “Alguns compostos têm sido reportados como poluentes orgânicos persistentes (POPs) não sendo, portanto, eliminados do meio ambiente após etapas comumente aplicadas nas estações de tratamento de efluentes. Os radicais produzidos a partir da interação da luz com os nanomateriais possuem alta capacidade de degradação de POPs, alta reatividade para inativação de bactéria multirresistente via IFD, além de participarem na geracão de H2 (o combustível do futuro) a partir da quebra da molécula da água”, explica o coordenador.

Ao mesmo tempo, há uma preocupação sobre como o aumento da produção de nanomateriais poderá levar a uma acumulação dos mesmos no meio ambiente, onde seu impacto e comportamento ainda são desconhecidos. “Portanto, associado às aplicações já mencionadas, o projeto visa também avaliar o impacto nocivo dos nanomateriais a serem desenvolvidos, objetivando obter aplicações que tenham o menor impacto ambiental e à saúde humana e animal”, diz o coordenador.

A proposta é que os pesquisadores brasileiros realizem a sintetização dos materiais e que na Alemanha seja feita a caracterização. “Conseguiremos colaborar porque produzimos materiais que são de interesse deles e que não estão trabalhando, eventualmente por falta de pessoal ou por falta de condições nesse momento. Então, parte da pesquisa será feita aqui e parte lá”, completa o coordenador.

Os pesquisadores também trabalham o desenvolvimento de nanomateriais para produção fotocatalítica de Hidrogênio, em que propõem a quebra da molécula da água para a geração desse combustível de altíssimo poder energético, com combustão superior ao diesel, gasolina e etanol e limpo, por só gerar vapor de água como subproduto.

Recentemente, o Laboratório de Nanomateriais e Nanotecnologia Aplicada (LNNA) adquiriu, por meio de edital de projeto universal do CNPq, cromatógrafo gasoso, que permitirá medir a quantidade de hidrogênio adquirida.

“O Laboratório já sintetizava os materiais, agora tem condições de começar a caracterizar o processo de produção de Hidrogênio. Em termos de laboratórios, somos todos novos, construindo infraestrutura e essa experiência fora já permite que possamos crescer errando menos”, completa o coordenador.

Acesse o conteúdo completo na página da UFMS.

Imagem: Paula Pimenta, UFMS. Imagem: Pixabay.

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