Notícia
Pesquisa na Unifesspa produz biocombustíveis a partir de óleo de cozinha usado e resíduos industriais
Os biocombustíveis são uma alternativa aos combustíveis fósseis, como o petróleo, cuja queima libera gases nocivos ao meio ambiente
Fonte
Unifesspa | Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
Data
segunda-feira, 10 junho 2019 14:00
Áreas
Energia, Gestão Ambiental, Sustentabilidade, Tecnologias.
A geração de fontes de energia limpas e sustentáveis tem sido um desafio, cada vez mais recorrente, na atualidade. Os biocombustíveis são uma alternativa aos combustíveis fósseis, como o petróleo, cuja queima libera gases nocivos ao meio ambiente. Em todo o mundo, cientistas trabalham para torná-los cada vez mais acessíveis.
É o que acontece em uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Polímeros, Processos e Transformações de Materiais (LPTM) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Substâncias residuais urbanas e agroindustriais, como o óleo de fritura e sebo bovino, que possuem alto potencial poluente, foram coletadas e transformadas em biocombustíveis.
O trabalho foi desenvolvido pela pesquisadora Jhuliana da Silva Santanna, com a coordenação e supervisão do professor Dr. Silvio Alex Pereira da Mota, do Instituto de Geociências e Engenharias (IGE), campus Marabá. Jhuliana apresentou a pesquisa em sua dissertação de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Química, aprovada no mês passado.
“Coletamos o óleo de fritura doado por uma lanchonete da cidade, que seria descartado inadequadamente no meio ambiente. Agregamos a ele o pó de aciaria elétrica, resíduo que foi cedido pela Siderúrgica Norte Brasil (Sinobras). Por meio de reações químicas, conseguimos obter biogasolina, bioquerosene e diesel verde”, explica Jhuliana.
Segundo a pesquisadora, foi possível produzir biocombustível de qualidade similar ao que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determina. “Para gente isso é uma grande vitória. Esse resultado nos dá a esperança de que tais combustíveis poderão, em um futuro próximo, serem utilizados de forma total ou parcial, como o biodiesel já vem sendo utilizado, por exemplo”.
A pesquisa utilizou a rota de craqueamento térmico catalítico, que permite a obtenção de moléculas menores a partir da quebra de moléculas maiores e tem a vantagem de ser uma rota de baixo custo, uma vez que possibilita o uso de insumos residuais. Jhuliana ressalta que o combustível produzido ainda não é utilizado, mas há pesquisas, inclusive na Unifesspa, para testar sua aplicação em motores.
Para desenvolver sua pesquisa de mestrado, Jhuliana contou com uma bolsa da Capes. Para ela, esse auxílio foi essencial, pois, além de colaborar com o desenvolvimento da pesquisa, ajudou com despesas pessoais. “Com esse dinheiro foi possível pagar aluguel, dentre outras necessidades básicas. O sucesso desta pesquisa ocorreu, em muito, pelo fato de poder me dedicar integralmente a ela. Isso só possível graças ao recebimento da bolsa pela Capes”, revela.
Para o professor Silvio Mota, a pesquisa revela o alto potencial que a região oferece para a produção de biocombustíveis e também demonstra a carência de investimentos nesse sentido. O professor vislumbra também as expectativas do aumento da inserção obrigatória de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final – hoje em 10% – e os possíveis potenciais que isso implica.
Acesse o conteúdo completo na página da Unifesspa.
Fonte: Unifesspa. Imagem: Divulgação.
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