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Espécies invasoras são tema de artigo de pesquisadora brasileira
Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, mestre em Biodiversidade e Conservação, pela mesma instituição e doutora em Biologia e Ecologia pela University of St Andrews, na Escócia, Alessandra Kortz teve seu artigo, “Increases in local richness (α-diversity) following invasion are offset by biotic homogenization in a biodiversity hotspot” publicado na revista científica internacional Biology Letters, em maio de 2019.
Bolsista da CAPES em suas duas pós-graduações, Kortz cursa um pós-doutorado no International Institute for Applied System Analysis (IIASA), na Áustria, também com auxílio da CAPES.
Fale um pouco sobre o seu projeto de pesquisa e seu objetivo.
A invasão biológica é considerada uma das maiores ameaças à biodiversidade. Isso acontece quando espécies são transportadas intencionalmente ou por acidente, para fora de sua região de ocorrência nativa, e encontram condições de se reproduzir, muitas vezes se tornando dominantes por não terem predadores naturais ou não serem atingidas por doenças presentes na região nativa.
No meu doutorado avaliei o impacto de pinheiros invasores na biodiversidade da vegetação nativa do Cerrado. Fiz trabalho de campo na Estação Ecológica de Itirapina, uma área protegida, localizada no estado de São Paulo. Os pinheiros, nativos do hemisfério norte, foram plantados amplamente no Hemisfério Sul e têm invadido muitas dessas áreas, causando sérios danos aos ecossistemas nativos. Além dos pinheiros, mais três gramíneas africanas estão invadindo a área de estudo. O objetivo deste artigo foi verificar o que acontece com a composição das espécies nativas conforme o número de invasoras aumenta.
Como se deu o interesse em realizar a pesquisa?
Uma das coisas que me levou a fazer biologia foi o fascínio pela biodiversidade, principalmente no Brasil, um dos países de maior biodiversidade do mundo. Durante a iniciação científica na UFSCar fiz trabalho de campo para identificar quais espécies de plantas ocorrem na região. No doutorado fiquei mais interessada pela quantificação da biodiversidade, ecologia e também pelo problema das invasões biológicas. Fui aprovada no programa de doutorado na University of St Andrews, na Escócia, e obtive o financiamento da CAPES, com o Ciência sem Fronteiras, para fazer o doutorado pleno sob orientação da Professora Anne Magurran, co-autora do artigo publicado na Biology Letters, uma das líderes mundiais em pesquisa em biodiversidade e ecologia.
Qual a importância do seu trabalho para a realidade brasileira? E no âmbito internacional?
Para a realidade brasileira, a importância do trabalho se dá na valorização da biodiversidade do Cerrado, além de enfatizar a necessidade de manejo de espécies invasoras, especialmente no contexto de áreas protegidas.
No âmbito internacional, a importância está no fato de que esse mecanismo onde foi identificado um aumento na riqueza local, seguido de invasão balanceada pela homogeneização biótica, pode ser aplicado para outras regiões e outras espécies. Só foi possível detectar esse mecanismo justamente porque focamos em uma escala local.
Acesse o conteúdo completo na página da Fundação CAPES.
Fonte: Redação CCS/CAPES. Imagem: divulgação.
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