Notícia
Salto tecnológico para superar a crise energética global
Artigo explora conceito criado por José Goldemberg para superação de problemas energéticos de países em desenvolvimento
Pixabay
Fonte
Jornal da USP
Data
segunda-feira, 11 fevereiro 2019 10:30
Áreas
Biotecnologia. Energia. Recursos Naturais. Sustentabilidade. Tecnologias.
Em 1975, o governo brasileiro lançou o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), que visava aliviar a esmagadora dependência do país em combustíveis fósseis com uma mudança para combustíveis mais limpos com base em álcool etílico.
“Graças a pesquisadores como o professor Dr. José Goldemberg, da USP, o programa foi um sucesso avassalador. Combinar os recursos naturais do país com um salto tecnológico – evitando tecnologias menos adequadas utilizadas por nações industrializadas – fez com que, hoje, o etanol substitua 50% da gasolina que de outra forma estaria em uso no Brasil. O professor Goldemberg argumenta que é hora de tomar a abordagem globalmente”, destaca um artigo publicado na Research Outreach.
O artigo explora o conceito de “salto tecnológico” criado pelo Dr. Goldemberg como alternativa de crescimento e de superação de problemas energéticos de países em desenvolvimento.
O texto destaca que, tal como a distribuição desigual de riqueza, a maior parte da energia produzida no mundo é consumida por uma minoria. “Aproximadamente 70% da energia comercial no mundo é consumida pelos 25% da população mundial que vivem em países industrializados, com os restantes 30% sendo racionados para os 75% das pessoas que vivem nas nações em desenvolvimento.”
“Esta situação não é sustentável e seria ingênuo esperar que o balanço permaneça o mesmo. Se olharmos para os dados, veremos que o uso energético das nações industrializadas tem estabilizado nos últimos anos, enquanto o dos países em desenvolvimento continua a crescer. O que ocorrerá quando as escalas se alterarem e os países em desenvolvimento consumirem mais e mais energia, particularmente energia de combustíveis fósseis poluentes? O professor Goldemberg passou toda a sua carreira lidando com problemas como esses e, se a degradação ambiental produzida pelo homem e as mudanças climáticas forem a pílula mais amarga que nossa geração terá que engolir, talvez possamos tirar uma folha de seu trabalho para adoçar esse gosto com açúcar”, escreveram os autores.
“O professor Goldemberg acredita que as nações em desenvolvimento podem – e devem – dar um salto sobre as tecnologias que são incompatíveis com suas situações específicas. Converter cana-de-açúcar em combustível é um exemplo específico de como isso pode funcionar bem, mas a abordagem pode ser generalizada para muitas tecnologias em todo o mundo”, escreveram os autores.
Segundo o Dr. Goldemberg, se uma abordagem de salto tecnológico semelhante for adotada na luta contra as mudanças climáticas, a crise energética poderá ser evitada. “Um cálculo simples mostra que expandir o programa brasileiro de etanol por um fator de 10 forneceria etanol suficiente para substituir mais de 20% da gasolina usada no mundo”, disse.
O artigo Technological leapfrogging the global energy crisis pode ser lido no site da Research Outreach.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Jornal da USP | Agência FAPESP. Imagem: Pixabay.
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