Notícia

Design biofílico pode melhorar bem-estar no ambiente de trabalho

Pesquisadores espanhóis desenvolveram ferramenta para quantificar melhorias em produtividade e bem-estar em ambientes de trabalho

Pixabay

Fonte

Universidade Politécnica de Madrid

Data

sexta-feira, 21 dezembro 2018 11:20

Áreas

Arquitetura. Construção Civil. Saúde.

Pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri (UPM) desenvolveram uma ferramenta para quantificar melhorias em produtividade e bem-estar em ambientes de trabalho, e fizeram sua validação realizando um experimento completo comparando um espaço de escritório convencional com outro caracterizado de acordo com critérios de projeto biofílico. Os resultados obtidos indicam uma melhora no bem-estar, produtividade, criatividade e saúde através da introdução de luz natural e vegetação no ambiente, características do design biofílico. O estudo foi publicado na revista científica Energy and Buildings Journal.

A melhoria dos ambientes de trabalho é um fator econômico e social crítico, uma vez que a perda de produtividade das empresas pode implicar em custos significativos. Vários estudos afirmam que o design biofílico – definida como a resposta para a necessidade inerente dos seres humanos de estar em contato com natureza – no local de trabalho melhora o bem-estar e produtividade do usuário. Neste sentido, o desafio que se coloca é como rigorosamente quantificar as características que melhoram a produtividade e bem-estar em espaços com desenho biofílico. A partir disso, é necessário dar um passo adiante e avaliar as variáveis ​​que melhoram o bem-estar e a produtividade na prática do design.

Com estes desafios como pano de fundo, os pesquisadores da Escola de Arquitetura da UPM Dra. Julia Ayuso e Dr. Sergio Vega, em colaboração com a Universidade de Keio do Japão, realizaram uma experiência piloto que lhes permitiu desenvolver uma metodologia para quantificar o influência de algumas variáveis ​​no desempenho e satisfação das pessoas no ambiente de trabalho. “É importante mencionar que o objetivo deste estudo é demonstrar o potencial da ferramenta que criamos, comparando diferentes cenários”, explica Julia Ayuso.

No experimento piloto, os participantes do espaço biofílico obtiveram quase cinco pontos a mais na qualificação de tarefas criativas em relação aos participantes do espaço convencional, além de melhor a percepção do ambiente e ter menos sensações negativas em relação ao espaço. Os resultados sugerem que a vegetação e a luz natural podem desempenhar um papel importante na saúde e na função cognitiva das pessoas, e ambas podem ser avaliadas através da medição de parâmetros psicológicos e fisiológicos.

Em relação à produtividade, demonstrou-se que o uso de luz natural no espaço de escritórios não contribuiu para melhorar a eficiência do trabalho em tarefas simples, ao mesmo tempo em que pode contribuir para a obtenção de melhores resultados em tarefas criativas. Do exposto, demonstrou-se que o design biofílico poderia melhorar a produtividade no trabalho criativo, ativando o sistema nervoso simpático, e reduzindo a sensação de fadiga e carga de trabalho.

Além da melhoria na produtividade, houve uma correlação positiva entre a presença de vegetação e a satisfação com o ambiente térmico. É importante notar que todos os participantes estavam sob as mesmas condições de temperatura ambiente, o que mostrou que o design biofílico afetou positivamente a percepção subjetiva de conforto térmico. No caso do espaço com desenho biofílico, 8% a mais dos participantes declararam que a sensação térmica era adequada ou muito adequada.

Na presença de vegetação, o percentual de percepção subjetiva de sonolência diminuiu 6% no período da manhã e 9% no período da tarde. É interessante notar que, embora a presença de vegetação tenha tido um impacto na percepção subjetiva da sonolência, testes fisiológicos indicaram que a presença de luz natural teve um impacto objetivo na redução da sonolência. Usando luz natural no ambiente de trabalho, a ativação do sistema nervoso simpático foi confirmada durante o trabalho, com um aumento de 25 pontos na presença de luz natural e vegetação em relação à presença de vegetação durante o período da manhã.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UPM (em espanhol).

Fonte: Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Pixabay.

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