Notícia
Espeleologia: a importância dos ambientes subterrâneos em diversos ecossistemas
UFLA é referência em pesquisas em ambientes subterrâneos
Divulgação
Fonte
UFLA | Universidade Federal de Lavras
Data
terça-feira, 11 setembro 2018 11:15
Áreas
Biodiversidade, Conservação, Pesquisa.
O Brasil possui mais de 16 mil cavernas catalogadas pelo Centro de Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav). Na escuridão dessas formações país afora, há milhares de espécies ainda para serem descobertas. O Centro de Estudos em Biologia Subterrânea (Cebs) da UFLA busca, por meio de parcerias, conhecer, pesquisar e ajudar a conservar o habitat de organismos muitas vezes raros, endêmicos e diferenciados, e que têm nesses ecossistemas, seus únicos refúgios. A Universidade é uma das poucas a ter um setor exclusivo para pesquisas científicas focadas na espeleologia, ciência voltada para o estudo de cavernas.
Há quase 30 anos, o professor Dr. Rodrigo Lopes Ferreira, do Departamento de Biologia da UFLA (DBI), trabalha com cavernas em diversas regiões do País. “É um mundo ainda completamente inexplorado e desconhecido. Encontramos espécies, gêneros, famílias e até uma subordem nova. ”Minas Gerais é o estado brasileiro com o maior número de cavernas conhecidas: são 6,4 mil. Na região de Arcos, Pains e Doresópolis, onde os pesquisadores da UFLA realizam diversos projetos, há pelo menos 2.500 cavernas catalogadas e outras tantas que ainda não foram descobertas, o que mostra o grande potencial de estudos. “O que se conhece hoje não deve representar nem 10% do número de cavernas existentes no País”, explica o Dr. Rodrigo.
Apesar do avanço em pesquisas, que vêm demonstrando a importância dos ambientes subterrâneos em diversos ecossistemas, ainda é necessário investimento: “Já melhorou muito, mas é preciso continuar melhorando”, avalia o professor. Por isso, o Cebs realiza parcerias com entidades públicas e empresas privadas que proporcionam subsídios para as pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Um desses apoios vem do próprio Cecav. o pesquisador Diego de Medeiros Bento, que coordena a base do Rio Grande do Norte e atualmente desenvolve seu doutorado com coorientação do professor Rodrigo, explica como é feito o trabalho do órgão e a importância dessas parcerias com as universidades: “Fazemos o mapeamento das cavernas, e estudamos diversos aspectos da biologia e geologia para gerar conhecimento e, assim, conservar esses ambientes e manejar seu eventual uso. Hoje temos várias unidades de conservação criadas com foco na proteção do patrimônio espeleológico”, acrescenta.
As pesquisas ajudam a criar políticas públicas e proteger espécies brasileiras ameaçadas de extinção. De acordo com a Constituição Federal, as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos são considerados patrimônio cultural; porém, sua exploração e até supressão pode ser autorizada por órgãos competentes, dependendo do tipo de atividade econômica que será estabelecida. O professor Rodrigo faz o alerta: “Dependendo do caso, uma caverna pode sofrer impactos irreversíveis ou até mesmo ser destruída. Porém, nesses casos, essa perda deve ser compensada. No entanto, atualmente, os estudos que determinam se uma caverna poderá ou não ser alvo de algum impacto ainda são insuficientes (ou no mínimo superficiais) e, com isso, espécies podem estar sendo parcial ou mesmo totalmente extintas.”
A preservação e conservação dessas espécies também depende da comunidade ali existente. O professor Dr. Marconi Souza Silva, também do Cebs, ressalta que regiões como a de Pains possuem um grande potencial para o turismo, que ainda precisa ser desenvolvido na área. Pensando nisso, os pesquisadores e estudantes da UFLA realizam naquele município um trabalho de conscientização ambiental da comunidade: “Fazemos a divulgação do conhecimento que adquirimos ao longo das pesquisas principalmente nas escolas, mas também realizamos exposições na praça central da cidade, para que todos tenham acesso a esse patrimônio.” O objetivo, conforme diz Marconi, é levar informações sobre esses ambientes, para que as pessoas possam entender que esses locais podem ser usados de outras formas, e não somente como exploração minerária.
Acesse a notícia completa no site da UFLA.
Fonte: Karina Mascarenhas, Dcom/Fapemig. Imagem: divulgação.
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