Notícia
Pesquisa de pós-graduação em Química aponta métodos para amenizar efeitos da seca em solos da região Nordeste
A pesquisa propõe o reaproveitamento de resíduos de casca de coco, bagaço de cana-de-açúcar, bagaço de laranja, entre outros
Pixabay
Fonte
UFPR | Universidade Federal do Paraná
Data
sábado, 28 julho 2018 10:00
Áreas
Agricultura, Energia, Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos.
Em busca de soluções para problemas ambientais relacionados à falta de água em solos semiáridos da região Nordeste, uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Química da Universidade Federal do Paraná apontou uma maneira efetiva de aumentar o conteúdo de água no solo. O trabalho ganhou destaque internacional neste mês de julho com a publicação no periódico Scientific Reports, do grupo Nature.
O projeto está relacionado à caracterização de biochars ou biocarvão – um carvão vegetal produzido para utilização agrícola – obtidos a partir de diferentes matérias-primas, com objetivo de estabelecer correlações entre tais propriedades e possíveis mudanças na capacidade de retenção de água em solos semiáridos.
A Dra. Estela Batista desenvolveu o tema em sua tese de doutorado. De acordo com a pesquisadora, os resultados demonstraram que a aplicação do biochar aumentou a capacidade de retenção de água destes solos pobres em nutrientes. O reaproveitamento da biomassa para utilização na agricultura, por meio da produção de biochar, também evitaria o acúmulo de resíduos, diminuindo a poluição ambiental.
“A aplicação do biochar no solo pode ser vista como uma estratégia de adaptação potencialmente eficaz para contribuir, ao lado de outras práticas de gerenciamento agrícola e da pecuária, no sentido de melhoria dos períodos de estresse hídrico em épocas de seca no Nordeste do Brasil e em outras partes do mundo, onde ocorrem fenômenos similares”, explica a Dra. Estela.
A pesquisa publicada no periódico Scientific Reports foi orientada pelo docente o Dr. Antonio Salvio Mangrich. O assunto é considerado de extrema importância no Brasil e em diversos países. “A falta de água dificulta as atividades agrícolas e agropastoris. No nosso caso, os nordestinos estão migrando para a Amazônia, provocando desmatamento. Indiretamente, estamos preservando o Bioma Amazônico, proporcionando condições para que o povo nordestino não precise sair para outras áreas”, afirma o orientador.
A pesquisa propõe o reaproveitamento de resíduos de casca de coco, bagaço de cana-de-açúcar, bagaço de laranja, entre outros. A ideia é evitar a acumulação e contribuir para o controle da poluição, proporcionando melhores condições de saúde pública e viabilizando a sustentabilidade do crescimento da produção agrícola.
A região do semiárido nordestino é exposta a secas rigorosas que, somadas a baixa capacidade de retenção de água e à forte incidência solar, provocam infiltração e evaporação rápida, causando deficiência de água.
Melhorias para a região Nordeste
A pesquisadora Estela conta que a atividade agrícola sob a condição de falta de água é pouco intensa e não contínua. Diante disso, a aplicação de biochar proveniente de resíduos agroindustriais pode melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo, especialmente a capacidade de retenção de água.
Tais estratégias contribuiriam para amenizar os efeitos dos longos períodos de secas na região Nordeste, proporcionando maiores espaços de tempo para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
Acesse a notícia completa no site da UFPR.
Fonte: Aline Fernandes França, UFPR. Imagem: Pixabay.
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