Notícia
Laboratório da Escola de Engenharia da UFMG traça rota do ‘plástico verde’
Inovações conciliam a sustentabilidade ambiental e os benefícios práticos dos polímeros
Júlia Duarte, UFMG
Fonte
UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais
Data
terça-feira, 3 julho 2018 11:30
Áreas
Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Recursos Naturais, Saúde, Sustentabilidade.
Macromoléculas formadas de unidades estruturais menores (os meros), os polímeros têm no plástico a sua face mais conhecida, pois está presente, há mais de um século, nas embalagens de alimentos, produtos automotivos, eletroeletrônicos, vestuário, utensílios domésticos, brinquedos e tantos outros. Apesar de suas mil e uma utilidades, o plástico é um dos mais temíveis vilões ambientais por causa de alguns fatores, como a energia gasta em seu processo de produção e o longo período de degradação na natureza.
Para conciliar sustentabilidade ambiental e os benefícios práticos dos polímeros, o Laboratório de Engenharia de Polímeros e Compósitos da Escola de Engenharia da UFMG (LEPCom) vem desenvolvendo pesquisas e artigos sobre seu processo produtivo, resultando, inclusive, em depósitos de patentes.
“Os polímeros têm suas vantagens, mas precisam de todo controle e bom senso na sua produção e utilização”, observa o professor e chefe do LEPCom, o Dr. Rodrigo Oréfice. Ele conta que, até o século passado, os polímeros eram retirados da natureza, como borracha, celulose e marfim, até se tornarem raros e caros, por causa do extrativismo descontrolado. Na tentativa de baratear os custos de produção, as indústrias passaram a sintetizar polímeros, hoje presentes em inúmeros produtos, como o náilon, polietileno, borracha sintética, teflon, PVC (policloreto de vinila) e PET (polietileno tereftalato).
“Boa parte dos polímeros sintéticos, originários dos processos químicos de polimerização, são mais estáveis em sua constituição e produzidos com o objetivo de garantir estabilidade mecânica e química, o que acaba dificultando sua degradação natural, permanecendo por mais tempo no meio ambiente. Essa característica exige produção e uso conscientes”, analisa o Dr. Oréfice.
Com aditivos
Em uma de suas frentes de pesquisa, sustentada na reciclagem, o laboratório propõe a geração de produtos que consomem menos energia e fazem uso de aditivos baseados em matéria-prima extraída da natureza. Apesar dos processos já consolidados na área de polímeros, ainda há espaço para avanços tecnológicos, na avaliação do pesquisador. “Os processos de reciclagem esbarram na perda de qualidade contínua dos produtos a cada ciclo. Cada vez que é reciclado, o material tende a perder propriedades originais, ficando mais quebradiço, opaco, com qualidade inferior à inicial, o que dificulta sua reciclagem por várias vezes”, informa o professor.
As garrafas PET e as sacolas plásticas já apresentam alguma mistura de polímeros sintéticos e naturais. No LEPCom foi desenvolvida uma sacola plástica utilizando polímeros originários da quitosana (derivada da quitina), pectina e amido. A expectativa é de que o pedido de patente, depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2014, seja aprovado. “É uma sacola de polietileno, incorporada com esses polímeros naturais, que serve como estímulo para a indústria, tendo em vista a comprovada elevada processabilidade desses polímeros”, comenta.
A saúde humana pode ser beneficiada pelo uso inteligente dos polímeros. O LEPCom desenvolveu uma espuma polimérica – usando como matéria-prima o resíduo da indústria de refino de petróleo – que gera embalagem capaz de absorver herbicidas dos alimentos, sem comprometer suas propriedades nutricionais.
Acesse a notícia completa no site da UFMG.
Fonte: Teresa Sanches, UFMG. Imagem: Júlia Duarte, UFMG – Divulgação.
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