Notícia
Estudo avalia condições do lixo descartado em campus da UnB
Alunos do curso de Ciências Ambientais analisaram a composição e projetaram o quantitativo de resíduos sólidos gerados pela comunidade acadêmica
Beto Monteiro/Secom UnB
Fonte
UnB | Universidade de Brasília
Data
quinta-feira, 17 maio 2018 19:15
Áreas
Gestão de Resíduos. Ciências Ambientais.
Quem caminha pelo campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) possivelmente se depara em seu trajeto com contêineres espalhados por diversos pontos próximos aos prédios administrativos, faculdades e institutos. Dentro deles, dezenas de sacos com os mais diversos tipos de materiais descartados: papel, plástico, vidro, alumínio, restos de comida, entre outros – muitos dispensados de maneira incorreta se considerados os parâmetros para realização da coleta seletiva.
Além disso, grande parte do que é descartado vai parar diretamente no aterro sanitário. Diariamente, mais de 3,5 toneladas de resíduos sólidos são gerados no campus, quase o dobro do que era produzido há duas décadas. Desse total, 63,33% correspondem a rejeitos, ou seja, lixo que, pelas características de degradação ou pelo condicionamento indevido, não pode ser reciclado e, com isso, deixa de ser aproveitado por cooperativas de catadores.
Os dados, um tanto quanto preocupantes, foram levantados em projeto desenvolvido por estudantes da graduação em Ciências Ambientais, no segundo semestre de 2017, para a disciplina Trabalho Interdisciplinar Integrado II. Esta é a segunda vez que informações dessa natureza são obtidas sobre o campus – o primeiro levantamento ocorreu há quase 20 anos.
“A área das ciências ambientais é muito holística. Ela olha tanto para o lado ambiental quanto para o social e o econômico. O lixo mal tratado abrange muito bem essas três perspectivas: polui o meio ambiente, degrada o social e perde valor econômico”, expõe o estudante Renato Hama, um dos integrantes do projeto.
A partir do método da gravimetria, o grupo conseguiu obter um panorama da situação dos resíduos sólidos na Universidade. A técnica permite identificar a composição do lixo produzido, mensurar o volume e avaliar as formas de destinação adotadas. Um dos maiores problemas diagnosticados foi a falta de separação adequada dos resíduos que poderiam ser reaproveitados.
“Os materiais têm potencial de reciclagem, mas esse potencial pode ser perdido se eles forem misturados a algumas substâncias. Então, aquilo que podia ser reciclado acaba indo para o aterro sanitário, porque virou rejeito”, explica Thauany Pires, aluna envolvida na iniciativa.
De olho no lixo
Durante uma semana, os estudantes, com o apoio da Prefeitura do Campus, acompanharam a coleta e o armazenamento do lixo no campus Darcy Ribeiro. A partir da separação e caracterização dos resíduos produzidos diariamente, foi possível identificar os principais componentes presentes e ainda fazer projeções estatísticas do lixo gerado semanal e anualmente, considerando o período letivo.
A maior parcela dos elementos encontrados foi classificada como orgânico (50,4%), enquanto o lixo seco representa 34,27% do total. Entre os recicláveis, predominam papelão (12,41%), plástico (7,92%) e papel (5,07%). No caso dos objetos de papel, os estudantes relataram dificuldades em analisar grande parte do material, por estar contaminado com restos orgânicos e, consequentemente, inadequado para reciclagem.
A pesquisa estimou ainda que cada pessoa da comunidade é responsável por gerar cem gramas de lixo por dia. Os cálculos também apontam para produção semanal e anual no campus: cerca de 25 mil quilos e quase 1,3 mil toneladas, respectivamente. Se considerado apenas o ano letivo, incluindo o período de oferta das disciplinas de verão, o número cai para, aproximadamente, 1,1 mil toneladas.
Para chegar a essas estatísticas, foi necessário georreferenciar os contêineres dispostos pelo campus. O grupo localizou 126 contêineres, sendo que, desses, 34,27% não possuíam a indicação do tipo de resíduo que deveriam receber e 6,35% se encontravam danificados ou inutilizados – ocasionando depósito inadequado do lixo. Para a realização da gravimetria e das projeções foi considerada a amostragem de resíduos acumulados em apenas 31 caçambas, levado em conta o tempo para análise.
Acesse a notícia completa na página do UnB Ciência.
Fonte: Serena Veloso/Secom UnB. Imagem: Beto Monteiro/Secom UnB.
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