Notícia

Molécula “brasileira” pode salvar diabo-da-tasmânia de extinção

Entre 70% e 90% dos espécimes morreram nos últimos 15 anos

Pixabay

Fonte

USP | Universidade de São Paulo

Data

quinta-feira, 3 maio 2018 11:00

Áreas

Biodiversidade, Pesquisa

Uma proteína encontrada em pesquisas brasileiras está sendo aplicada em estudos internacionais buscando a cura de doença que acomete o diabo-da-tasmânia, mamífero marsupial que habita a ilha australiana e está em risco de extinção.

A maior ameaça ao animal é o tumor facial, e a molécula que agora representa esperança para o tratamento foi descoberta em doutorado realizado no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB)_da USP no ano 2000.

A gomesina é um peptídeo isolado do sangue da Acanthoscurria gomesiana, uma aranha encontrada no Estado de São Paulo. Essa proteína possui fortes características antimicrobacterianas. “Nós temos no nosso sangue anticorpos que ajudam a nos defender de doenças, e esses animais mais simples também têm substâncias que os protegem”, explica Pedro Ismael da Silva Junior, professor da Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia do ICB e pesquisador do Instituto Butantan. O peptídeo já apresentara eficiência contra fungos, vírus, bactérias e alguns tipos de câncer.

Uma proteína com ação antimicrobacteriana é aquela que possui a capacidade de identificar células ou agentes estranhos ao sistema do animal e de destruí-los. Esses peptídeos podem agir de duas formas, segundo Silva Junior: rompendo a parede celular do agente estranho, derrubando seu conteúdo interno e lhe causando a morte, ou entrando no micro-organismo e causando danos internos, como inibição da produção de outras proteínas.

A busca por novos medicamentos em animais peçonhentos é algo muito comum no mundo acadêmico. O interesse em particular por aranhas é explicado pela pouca evolução dos animais. O doutor explica que as aranhas são animais que surgiram há 400 milhões de anos e que, pelos fósseis encontrados, apresentam poucas mudanças evolutivas desde então, mesmo vivendo em locais de muita presença de micro-organismo, como fungos e bactérias.

Soma-se a isso, o fato de ficarem expostas periodicamente a esses agentes enquanto crescem, uma vez que os artrópodes, filo ao qual pertencem os aracnídeos, possuem esqueleto externo (exoesqueleto). Isso significa que as aranhas precisam trocar de exoesqueleto para crescer, ficando desprotegidas dos agentes externos até a formação de um novo esqueleto. Dessa forma, para terem sobrevivido tanto tempo com tão poucas mudanças, esses animais possuem um bom sistema de defesa adquirido pelo processo de seleção natural, o que o tornou tão efetivo contra doenças e agentes estranhos, explicou o professor Dr. Ismael Silva Junior.

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Fonte:  , USP. Imagem: Pixabay.

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