Notícia

Regiões de maior desmatamento apresentam menor bem-estar da população

Melissa Wilm, coordenadora do IPS na Amazônia Brasileira, explica a relação e a métrica utilizada para a conclusão

Bruno Kelly, Amazônia Real via Wikimedia Commons

Fonte

Jornal da USP

Data

quarta-feira, 17 julho 2024 10:45

Áreas

Cidades. Ciência Social. Desigualdade Socioambiental. Desmatamento. Ecologia. Queimadas. Recursos Naturais. Saúde. Saúde Ambiental. Sociedade. Sustentabilidade.

Pesquisadores do Índice de Progresso Social (IPS) na Amazônia Brasileira divulgaram na última edição (2023) que áreas com maior desmatamento apresentaram piores indicadores sociais. Melissa Wilm, Coordenadora do Índice de Progresso Social Brasil 2024 e coautora do IPS Amazônia 2023, explicou como é feita essa métrica e o que explica esses resultados.

Índice de Progresso Social

Índice de Progresso Social é uma métrica de bem-estar da população, semelhante ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Mas, conforme explicou Melissa Wilm, índices como o IDH ou o Produto Interno Bruto (PIB) não são abrangentes o suficiente. O IPS surgiu para avaliar de maneira mais ampla a situação de um determinado povo, levando em consideração três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos para o Bem-estar e Oportunidades, e utilizando critérios como nutrição, água e saneamento, cuidados médicos básicos, acesso à informação e direitos humanos.

“Através do IPS a gente consegue visualizar inter-relações entre diferentes áreas do desenvolvimento social de municípios como, por exemplo, resultados de segurança alimentar relacionados com inclusão social e qualidade da educação à criança em condições vulneráveis”, explicou a coordenadora.

Zonas com maior desmatamento

A pesquisadora destacou alguns motivos que fazem zonas de maior desmatamento desempenharem pior no IPS: “O desmatamento não traz benefícios para a população, mas pelo contrário, está relacionado com uma série de atividades criminosas como invasão de terras públicas, garimpo ilegal e até mesmo tráfico. Frequentemente o desmatamento também ocorre em áreas com pouca infraestrutura e baixos níveis de governança, o que impacta muito quando a gente olha para o aspecto de desenvolvimento social”.

Mas o fator que mais contribui para essa relação indireta entre desmatamento e piora na qualidade de vida é o impacto ambiental da atividade:  “Em muitos casos, comunidades que dependem de recursos florestais para subsistência podem enfrentar perda de meio de vida sustentável devido ao desmatamento, levando a níveis mais altos de pobreza e menos oportunidades econômicas e de crescimento” argumentou Melissa.

“O desmatamento afeta a disponibilidade de recursos naturais essenciais, como água limpa, que contribuem diretamente para as condições de saúde da população. A economia que gira em torno do desmatamento gera um ciclo de degradação ambiental e baixo desenvolvimento” finalizou Melissa Wilm.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: J. Perossi, Marcia Avanza e Cinderela Caldeira, Jornal da USP. Imagem: área de floresta derrubada e queimada no município de Apuí, Amazonas, em 2020. Fonte: Bruno Kelly, Amazônia Real via Wikimedia Commons.

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