Notícia

Pesquisadores detectam novo opioide sintético mortal em águas residuais pela primeira vez

Fonte

Universidade de Queensland Austrália

Data

segunda-feira, 26 fevereiro 2024 16:35

Áreas

Bioquímica. Cidades. Ciência Ambiental. Ciência Forense. Gestão de Resíduos. Microbiologia. Monitoramento Ambiental. Qualidade da Água. Saneamento. Saúde. Sociedade. Toxicologia.

Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, e colaboradores internacionais encontraram uma droga sintética mortal em águas residuais nos Estados Unidos – a primeira detecção desse tipo em todo o mundo.

O Dr. Richard Bade, pesquisador da Aliança de Queensland para Ciências Ambientais e da Saúde da Universidade de Queensland, liderou uma equipe que analisou amostras de águas residuais de oito locais em sete estados dos EUA: Arizona, Geórgia, Illinois, Nova Jersey, Novo México, Oregon e Washington.

O Dr. Richard Bade disse que as águas residuais de dois dos locais, em Illinois e Washington, registraram um tipo de opioide chamado protonitazeno: “O protonitazeno é um novo opioide sintético cerca de três vezes mais potente que o fentanil, e mesmo quantidades muito pequenas podem produzir efeitos tóxicos potencialmente fatais. O protonitazeno encontrado nas águas residuais de Illinois estava em um nível abaixo do limite de quantificação do nosso instrumento, mas as águas residuais de Washington continham protonitazeno em aproximadamente 0,5 nanograma por litro.” Segundo o pesquisador,  essa detecção é preocupante.

“Os novos opioides sintéticos são um dos principais contribuintes para as mortes por overdose em todo o mundo, estando o próprio protonitazeno ligado a várias overdoses fatais nos Estados Unidos”, disse o pesquisador. “Essas drogas sintéticas foram detectadas em substâncias normalmente vendidas como outros opioides, como oxicodona, fentanil e heroína, bem como em produtos que contêm benzodiazepínicos e cocaína.

“Os novos opioides sintéticos foram inicialmente desenvolvidos na década de 1950 pela indústria farmacêutica, mas nunca foram aprovados como medicamentos. Mais recentemente, laboratórios ilegais começaram a desenvolver opioides sintéticos como produtos independentes”, destacou o Dr. Richard Bade.

As amostras de águas residuais dos EUA foram coletadas durante nove dias entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.

As amostras foram acidificadas, congeladas rapidamente e enviadas à Universidade Estadual do Arizona para processamento antes de serem enviadas ao laboratório da Universidade de Queensland em Brisbane para análise.

“Nosso estudo e resultados destacam a importância da vigilância de águas residuais para detectar medicamentos novos e perigosos, para que mesmo quando pequenas quantidades sejam detectadas, isso seja reconhecido pelas autoridades de saúde e órgãos governamentais relevantes”, disse o Dr. Bade.

A pesquisa é uma colaboração entre a Universidade de Queensland Austrália, a Universidade do Sul da Austrália, o Centro de Biodesign para Engenharia de Saúde Ambiental da Universidade Estadual do Arizona e o programa NPS Discovery do Centro de Pesquisa e Educação em Ciência Forense.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Science of the Total Environment.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland Austrália (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland Austrália. Imagem: Wikimedia Commons.