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Cientistas relacionam pela primeira vez as espécies de árvores tropicais mais comuns

Fonte

UCL | University College London

Data

quarta-feira, 10 janeiro 2024 19:45

Um estudo de mais de um milhão de árvores em 1.568 locais, publicado na revista científica Nature, descobriu que apenas 2,2% das espécies de árvores representam 50% do número total de árvores nas florestas tropicais da África, Amazônia e Sudeste Asiático.

Embora as florestas tropicais sejam famosas pela sua diversidade, esta é a primeira vez que cientistas estudam as árvores mais comuns nas florestas tropicais do mundo.

Os cientistas estimaram que apenas 1.053 espécies representam metade dos 800 bilhões de árvores das florestas tropicais do planeta. A outra metade é composta por 46 mil espécies de árvores. O número de espécies raras é extremo, com as 39.500 espécies mais raras representando apenas 10% das árvores.

O Dr. Declan Cooper, autor principal do estudo e pesquisador do Centro para a Biodiversidade e Pesquisa Ambiental da University College London (UCL), no Reino Unido, destacou: “Nossas descobertas têm implicações profundas para a compreensão das florestas tropicais. Se nos concentrarmos na compreensão das espécies de árvores mais comuns, poderemos provavelmente prever como toda a floresta responderá às rápidas mudanças ambientais de hoje. Isto é especialmente importante porque as florestas tropicais contêm uma enorme quantidade de carbono armazenado e são um sumidouro de carbono de importância global.”

“Identificar a prevalência das espécies mais comuns dá aos cientistas uma nova maneira de olhar para as florestas tropicais. Rastrear essas espécies comuns pode fornecer uma nova maneira de caracterizar essas florestas e, no futuro, possivelmente avaliar a saúde de uma floresta com mais facilidade”, continuou o pesquisador.

Os pesquisadores encontraram padrões surpreendentemente semelhantes na proporção de espécies de árvores comuns, cerca de 2,2%, apesar de as florestas tropicais da Amazônia, África e Sudeste Asiático terem, cada uma, uma história única e ambientes contemporâneos diferentes.

A Amazônia consiste em uma grande região de florestas conectadas, enquanto o Sudeste Asiático é uma região composta principalmente de ilhas desconectadas. As pessoas só chegaram à Amazônia há cerca de 20 mil anos, mas vivem nas florestas da África e do Sudeste Asiático há mais do dobro desse período. Em termos do ambiente contemporâneo, as florestas africanas apresentam um clima mais seco e frio do que as outras duas regiões de florestas tropicais.

Dadas estas diferenças marcantes, os padrões quase idênticos de diversidade de árvores sugerem que um mecanismo fundamental pode governar a reunião de comunidades de árvores em todas as florestas tropicais do mundo. Os pesquisadores ainda não sabem dizer qual poderá ser esse mecanismo e os trabalhos futuros se concentrarão na sua identificação.

As estimativas de espécies comuns derivam de análises estatísticas, que não fornecem os nomes das árvores comuns. Para superar isso, os cientistas usaram uma técnica conhecida como reamostragem para estimar quais são os nomes mais prováveis das espécies comuns. A sua lista de 1.119 nomes de espécies de árvores – a primeira lista de espécies comuns das florestas tropicais do mundo – permitirá aos pesquisadores concentrar os seus esforços na compreensão da ecologia destas espécies, o que por sua vez pode dar aos cientistas um atalho para compreender toda a floresta.

“Queríamos olhar para as florestas tropicais de uma nova maneira. Concentrar-nos em algumas centenas de espécies de árvores comuns em cada continente, em vez de nos muitos milhares de espécies sobre as quais não sabemos quase nada, pode abrir novas formas de compreender estas florestas preciosas. Este foco nas espécies mais comuns não deve diminuir a importância das espécies raras. As espécies raras precisam de atenção especial para serem protegidas, mas ganhos rápidos e importantes no conhecimento virão de um foco científico nas espécies de árvores mais comuns”, explicou o Dr. Simon Lewis , professor da UCL e também da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

A colaboração de pesquisa envolveu centenas de pesquisadores, assistentes de campo e comunidades locais e resultou num total de 1.003.805 árvores amostradas, que incluíram 8.493 espécies de árvores.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da University College London (em inglês).

Fonte: Mike Lucibella, UCL.

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