Destaque

Poluição do ar pode influenciar o desenvolvimento fetal

Fonte

Jornal da USP

Data

terça-feira, 9 janeiro 2024 19:35

A revista científica Environmental Health Perspectives publicou uma pesquisa realizada pela Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, que apontou os impactos da poluição do ar no desenvolvimento dos bebês durante a gestação. De acordo com o estudo, os poluentes invadem o organismo da mulher grávida, atravessam a placenta e afetam órgãos genitais dos fetos.

A Dra. Mariana Veras, chefe responsável pelo Laboratório de Patologia Ambiental e Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), disse que, segundo os primeiros estudos, os efeitos negativos da exposição a materiais particulados no período gestacional estão relacionados especialmente ao baixo peso da criança ao nascer — menos de 2,5 quilogramas.

Contaminação e consequências

A placenta, órgão de comunicação entre a mãe e o bebê em desenvolvimento, é onde onde ocorrem as trocas gasosas e de nutrientes. Nesse sentido, a Dra. Mariana explicou que, no local, é possível observar um acúmulo de metais tóxicos, componentes do material particulado fruto da queima incompleta de combustíveis fósseis, que possui potencial de causar câncer às pessoas expostas.

A médica explicou sobre as consequências para a gestante: “Além desse prejuízo na placenta, a exposição à poluição pode causar um aumento de risco para pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional e partos prematuros. Todos esses efeitos na mãe têm uma consequência para a criança”. Nos filhos, essas sequelas tendem a ser mantidas durante a adolescência e, também, na vida adulta.

Conforme a especialista, a criança pode apresentar restrição no crescimento intrauterino — condição em que o feto não consegue alcançar o potencial biológico de crescimento — e malformações de órgãos específicos, como, por exemplo, o coração. Além disso, a depender do período da gestação, o efeito será mais marcante, sendo que o primeiro e o terceiro trimestres são os mais impactados.

“Essas primeiras evidências foram reproduzidas em modelos animais, para se entender melhor quais seriam os mecanismos e se haveria um poluente específico mais associado a esse efeito”, explicou.

Complementarmente, alguns estudos apontam implicações ao sistema nervoso central do feto exposto, associado ao aumento do risco de desenvolvimento de autismo e de alguns transtornos, como déficit de atenção. Também podem aumentar as chances de desenvolver obesidade ou sobrepeso quando adulto.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Felipe Bueno, Paulo Capuzzo e Cinderela Caldeira, Jornal da USP.

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