Destaque

Estudo mostra que camada de gelo da Antártida Ocidental pode ter colapsado há 120 mil anos

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

quinta-feira, 28 dezembro 2023 15:40

Um estudo do qual fez parte a Dra. Catarina Silva, pesquisadora do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em Portugal, mostrou que a genética do polvo Pareledone turqueti contém um grave alerta para o aumento do nível do mar: a camada de gelo da Antártida Ocidental pode ter colapsado totalmente durante o Último Período Interglacial, há cerca de 120 mil anos, quando as temperaturas globais eram semelhantes às atuais.

O estudo, recentemente publicado na revista Science, fornece a primeira evidência empírica de que o colapso desta camada de gelo pode acontecer mesmo sob as metas do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento a 1,5-2 ºC.

De acordo com a Dra. Catarina Silva, coautora do artigo científico, a investigação ajuda a compreender se a camada de gelo da Antártida Ocidental colapsou ou não num passado recente, quando as temperaturas globais eram semelhantes às de hoje, aumentando a precisão das futuras projeções globais de aumento do nível do mar. “Esta questão é muito importante, porque um futuro colapso total da camada de gelo da Antártida Ocidental pode levar ao aumento do nível global do mar de 3 a 5 metros”, alertou a pesquisadora do Centro de Ecologia Funcional (CFE) da FCTUC.

A análise genética de polvo Pareledone turqueti “permitiu identificar se e quando as populações estiveram em contato e trocaram material genético. Nós comparamos os perfis genéticos das populações nos mares de Weddell, Amundsen e Ross e encontramos conectividade genética que remonta ao Último Interglacial», finalizou.

Essa conectividade genética só seria possível se ocorresse um colapso completo da camada de gelo da Antártida Ocidental durante o Último Interglacial, abrindo rotas marítimas ligando os atuais mares de Weddell, Amundsen e Ross. Tal ocorrência teria permitido que o polvo atravessasse o estreito aberto e trocasse material genético, que pode ser identificado no DNA das populações atuais.

As descobertas do estudo, liderado por pesquisadoras da Universidade James Cook, na Austrália, apoiarão a tomada de decisões em torno de medidas de adaptação e mitigação nas regiões costeiras de todo o mundo.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Sara Machado, FCTUC.

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