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Professora da UEL desenvolve pesquisas que incluem resíduos em materiais de construção civil
A Dra. Berenice Martins Toralles, professora do Departamento de Construção Civil da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coordena o projeto de pesquisa ‘Autocicatrização de compósitos cimentícios’ desde 2019, com duração prevista de cinco anos, e já em reta final, segundo ela. Este projeto, porém, representa apenas parte das pesquisas nas quais ela está envolvida, na maioria como orientadora de mestrado, doutorado ou pós-doutorado, e que tem como objeto e foco o estudo de materiais cimentícios mais duráveis, resistentes e sustentáveis para serem usados em larga escala na indústria da construção civil. Um dos principais desafios para aprimorar tais propriedades do cimento é reduzir sua porosidade, para que fique menos permeável e sujeito à corrosão pela água, oxigênio e até microrganismos.
Professora de Materiais na UEL, a Dra. Berenice tem uma longa trajetória de pesquisa na área. Doutorou-se na Universidade da Catalunha, na Espanha, onde estudou materiais de alta resistência. No pós-doutorado, na mesma instituição, foi além: materiais de ultra alta resistência. Na volta, dedicou-se a melhorar as propriedades do cimento com o uso de resíduos e até de bactérias para, por exemplo, selar pequenas fissuras no material.
Paralelamente, começaram as pesquisas com o uso de escória, um subproduto gerado na fabricação de ferro, impureza retirada do minério bruto extraído do solo. A escória é um conhecido material cimentante que chegou a substituir 90% do cimento comum nos experimentos, com sucesso. É abundante e produzido principalmente em Minas Gerais, além de ser viável para o projeto.
A professora Berenice explicou que a escória vem em forma granulada e é moída até ficar na consistência do cimento (ou areia). Os pesquisadores foram testando a proporção do material misturado ao cimento até chegar à substituição de 90%. A professora explicou que o Brasil produz um cimento de excelente qualidade. Contudo, para cada tonelada de cimento, são também produzidos 800kg de gás carbônico, o que é muito indesejável. E o emprego da escória reduz isso.
Outra linha de pesquisa testa nanopartículas de sílica, um resíduo nobre da produção de ferro gusa, capaz de deixar o cimento mais denso. A professora Berenice enfatizou a importância da parceria entre os pesquisadores da Engenharia e os da Física e Microbiologia da Universidade.
Impressão 3D
Um projeto que ainda está no início visa à impressão de uma casa em 3D usando metacaulim, um material obtido da moagem e calcinação de uma espécie de argila encontrada no Norte e Nordeste do país. O objetivo é construir moradias de 35 m² para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual de Londrina.
Fonte: José de Arimatheia, Agência UEL.
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