Notícia
Pesquisadora estuda processo de acidificação costeira e seus impactos
Estudo avalia alterações na química da água do mar, eutrofização nos recifes e branqueamento dos corais, com resultados que podem auxiliar gestores em tomadas de decisão
João Marcos Rosa via FAPEAL
Fonte
FAPEAL | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas
Data
quinta-feira, 29 junho 2023 10:05
Áreas
Biologia. Ciência Ambiental. Ecologia. Gestão Ambiental. Hidrologia. Monitoramento Ambiental. Oceanografia. Políticas Públicas. Química. Saúde Ambiental. Toxicologia.
Atrair e fixar estudiosos de alto nível é o objetivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) em um de seus recentes editais. O Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR) apoia jovens doutores que desejam desenvolver análises significativas na região, e um desses estudos é o trabalho que investiga a contribuição dos estuários no processo de acidificação costeira e seus impactos nos recifes.
Desenvolvido pela pesquisadora Dra. Bárbara Pinheiro, pós-doutoranda da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e bolsista da FAPEAL, o projeto verifica alguns dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas no ambiente costeiro-marinho, como a elevação da temperatura superficial do mar. Este elemento provoca um fenômeno chamado de branqueamento, onde os corais e outros invertebrados marinhos ficam com uma ‘febre’ por conta das águas quentes. Assim eles perdem as algas que vivem em seus tecidos, que são responsáveis por dar alimento e a cor desses animais.
Outra característica das mudanças climáticas é uma alteração na química da água do mar. A pesquisadora explicou que as atividades humanas liberam grandes parcelas de gás carbônico (CO2) para a atmosfera e, ao interagir com a água do mar, ele acaba causando a acidificação do oceano. O resultado predominante está na diminuição da disponibilidade de substâncias, como o carbonato de cálcio, para que animais como corais, moluscos e crustáceos formem seus esqueletos e carapaças.
No entanto, na região costeira, que recebe diretamente as águas dos rios, esse processo pode ser ainda mais intenso. Isto ocorre porque hoje a maioria desses locais está muito poluído, cheio de nutrientes e de matéria orgânica, o que modifica ainda mais a química da água do mar.
“A nossa pesquisa é realizada na maior unidade de conservação costeiro-marinha do Brasil, a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC), que fica entre o sul de Pernambuco e o Norte de Alagoas, e tem, entre outros objetivos, a conservação dos ambientes recifais (piscinas naturais), os manguezais, o peixe-boi e garantir que as principais atividades econômicas da região (a pesca artesanal e o turismo) sejam feitas de forma sustentável”, ressaltou a Dra. Bárbara Pinheiro.
O estudo está sendo conduzido na Barra de Santo Antônio e investiga os impactos específicos nos recifes do entorno da desembocadura do rio nessa região. Isso inclui a análise da extensão da acidificação, as principais fontes – como descargas dos rios –, as interações entre os estuários e os recifes e a avaliação dos efeitos dessa mudança da química da água sobre a biodiversidade marinha desse local.
Acesse a notícia completa na página da FAPEAL.
Fonte: Tárcila Cabral, Ascom FAPEAL. Imagem: coletas sendo realizadas. Fonte: João Marcos Rosa via FAPEAL.
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