Notícia
As promessas de redução de emissões e o aquecimento global de 2°C até 2100
Estudo mostrou que o mundo ainda está a caminho de superar a meta de 2°C no cenário mais ambicioso
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Fonte
EPFL | Escola Politécnica Federal de Lausanne
Data
terça-feira, 27 junho 2023 06:15
Áreas
Agenda 2030. Ciência Ambiental. Energia. Engenharia Ambiental. Gestão Ambiental. Governança Ambiental. Monitoramento Ambiental. Mudanças Climáticas. Políticas Públicas. Saúde Ambiental. Sociedade. Sustentabilidade.
Os 120 países que assinaram o Pacto Climático de Glasgow podem cumprir as promessas que fizeram para 2100? Pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, desenvolveram modelos detalhados para calcular trajetórias de redução de emissões de CO2 em longo prazo e analisar seu impacto no aquecimento global. Suas descobertas oferecem um vislumbre de esperança.
O estudo do Laboratório de Economia Ambiental e Urbana (LEURE) da EPFL soou uma rara nota de otimismo em meio a uma perspectiva climática sombria. Na conferência COP26 em 2021, 120 países atualizaram suas metas para 2030 e se comprometeram a atingir o balanço líquido zero das emissões entre 2050 e 2070. Os pesquisadores do LEURE descobriram que, se os países honrarem as promessas de médio e longo prazo que fizeram em Glasgow, a elevação da temperatura global poderia ser mantida um pouco abaixo de 2°C até 2100.
O Dr. Marc Vielle e o Dr. Sigit Perdana, especialistas em modelagem de mudanças climáticas na Escola de Arquitetura, Engenharia Civil e Ambiental (ENAC) da EPFL, realizaram a pesquisa com colegas de outras universidades dentro de um consórcio criado como parte do PARIS REINFORCE, uma pesquisa financiada pela União Europeia. As descobertas foram publicadas na revista científica Nature Climate Change.
“Nosso objetivo foi analisar as políticas climáticas de vários países, por meio de vários modelos econômicos integrados, para determinar a trajetória tanto das emissões de CO2 quanto das temperaturas globais. As descobertas fornecem previsões detalhadas e de longo prazo para orientar a tomada de decisões. Até onde sabemos, nosso estudo é a primeira avaliação multimodelo publicada que leva em consideração compromissos climáticos recentemente negociados”, destacou o Dr. Marc Vielle.
O desafio do balanço líquido zero das emissões
As descobertas da equipe cobrem três cenários. As previsões sugerem que, se os países mantiverem suas políticas climáticas pré-COP26, as temperaturas globais aumentarão de 2,1 a 2,4°C até o final do século. No segundo cenário, que envolve os países que perseguem as novas ambições climáticas acordadas em Glasgow até 2030, o aumento da temperatura seria ligeiramente menor, de 2,0 a 2,2°C. Mas se os países também comprometerem suas promessas de balanço líquido zero das emissões em longo prazo, a perspectiva é consistente com um aumento futuro abaixo de 2°C (de 1,7°C a 1,8°C). Embora este terceiro cenário seja o mais otimista, ainda se prevê que as temperaturas globais aumentem mais do que a meta de 1,5°C. Em termos de emissões de CO2, todos os três cenários mostram níveis se estabilizando e depois caindo proporcionalmente ao nível de ambição correspondente, a partir de 2030.
Os pesquisadores chegaram a essas conclusões usando uma série de modelos que incorporam fatores socioeconômicos, regionais e relacionados à tecnologia. “Observamos as medidas tomadas em cada país para limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século. Para tornar nossas previsões mais confiáveis, também incluímos incertezas relacionadas à viabilidade em nossas suposições”, disse o Dr. Sigit Perdana. Atingir o zero líquido será um enorme desafio – e o caminho até esse ponto será muito diferente de um país para o outro. A União Europeia, por exemplo, pretende se tornar neutra em carbono até 2050, enquanto a China estabeleceu como data-alvo 2060.
O estudo mostrou que o mundo ainda está a caminho de superar a meta de 2°C no cenário mais ambicioso. Mas os pesquisadores também enfatizam que mais esforços são necessários para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Escola Politécnica Federal de Lausanne (em inglês).
Fonte: Rebecca Mosimann, EPFL. Imagem: Freepik.
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