Destaque
Mata Atlântica e Pampa são os biomas que mais estocam carbono por hectare
A Rede MapBiomas, formada por universidades, startups de tecnologia e ONGs, apresentou, no último dia 21 de junho, uma publicação inédita que fez o levantamento dos estoques de carbono orgânico no solo brasileiro. Os estudos foram coordenados pelos professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR): Dr. Alessandro Samuel-Rosa (Campus Santa Helena) e Dra. Taciara Zborowski Horst (Campus Dois Vizinhos). Os resultados revelaram como as mudanças de uso e cobertura da terra afetaram os estoques de carbono orgânico do solo ao longo dos últimos 37 anos.
Os pesquisadores analisaram os mapas anuais de 1985 a 2021 para realizar o levantamento. Além disso, foram colhidas 9650 amostras de coletas de estoque de carbono no campo.
Os resultados reforçaram a necessidade de preservar a cobertura de vegetação nativa dos biomas brasileiros, especialmente na Mata Atlântica e no Pampa. Segundo a publicação, do total de 37 bilhões de toneladas (gigatoneladas – Gt) de carbono orgânico do solo (COS) existentes no Brasil em 2021, quase dois terços (63%) estão estocados em solos sob cobertura nativa estável (23,4 Gt COS). Apenas 3,7 Gt COS estão estocados em solos de áreas que foram convertidas para uso antrópico desde 1985. Mais da metade (quase 20 Gt COS) fica na Amazônia.
Mas quando foi analisado o estoque médio de COS por hectare, Mata Atlântica e Pampa se destacam com os maiores valores: média de 50 t/ha e 49 t/ha, respectivamente, enquanto na Amazônia este valor é de 48 t/ha. Os menores estoques são encontrados na Caatinga (média de 31 t/ha).
Entre 1985 e 2021 a quantidade de carbono estocado no solo coberto por floresta no Brasil foi reduzida de 26,8 Gt para 23,6 Gt. “Isso significa que o carbono neste solo, agora sob agricultura, pode ser mas frágil e assim ser perdido se o manejo do solo agrícola não for conservacionista”, explicou o professor Alessandro Samuel-Rosa.
Entre os diferenciais deste novo estudo, o professor Alessandro apontou o fato dos levantamentos serem anuais. “Temos os mapas anuais de uso da terra de 37 anos, o que nos destaca perante os materiais anteriores. Ou seja, temos 37 mapas de pesquisa dos estoques de carbono do país. O mapeamento foi realizado com base em bancos de dados abertos, algoritmos de aprendizado de máquina e computação em nuvem”, completou.
“Essa iniciativa visa desvendar a evolução dos recursos do solo ao longo do tempo e do espaço, adotando uma abordagem científica aberta e colaborativa. Ainda é uma versão beta, sujeita a muitos aprimoramentos, mas é um avanço importante no mapeamento digital de solos e oferece subsídios valiosos para a conservação e uso sustentável do solo no Brasil”, afirmou a pesquisadora Dra. Taciara Horst.
Acesse a publicação na página do MapBiomas.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Fonte: UTFPR e Mapbiomas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar